
Representantes do comércio exterior dos 11 países que formam o Brics am uma declaração nesta quarta-feira (21/5), em Brasília, a favor do livre mercado. O documento, elaborado em meio à guerra tarifária promovida pelos Estados Unidos, aponta os riscos provocados pelo aumento da restrição ao comércio global e que deve haver um esforço no sentido de ampliar o sistema multilateral.
Além disso, o texto também defende uma reforma na atual Organização Mundial do Comércio (OMC) e considera que o multilateralismo se encontra em uma “encruzilhada”.
“O comércio deve ser conduzido com o objetivo de elevar os padrões de vida, garantir pleno emprego, promover o desenvolvimento sustentável e ampliar os meios para alcançá-lo de forma compatível com as necessidades e preocupações de cada país em seus diferentes níveis de desenvolvimento econômico”, destaca a declaração.
A reunião entre os ministros de comércio ocorreu no Palácio do Itamaraty e contou com a presença de representantes dos 11 países que compõem os Brics: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Etiópia, Irã e Indonésia.
Desde o dia 2 de abril deste ano, o presidente dos EUA, Donald Trump, intensificou a guerra tarifária contra praticamente todos os países do mundo. Até mesmo parceiros históricos, como Canadá, México, União Europeia, e o próprio Brasil, não se livraram de alíquotas de importação mais elevadas. No entanto, uma semana depois do anúncio, Trump decidiu suspender temporariamente o “tarifaço” por 90 dias, para que os países envolvidos negociem novos acordos com os norte-americanos.
O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, defendeu o sistema multilateral e disse após a reunião de hoje, em entrevista a jornalistas, que o comércio exterior tem um papel importante no desenvolvimento, além de geração de emprego e renda.
“O caminho é o diálogo. Isso é o que se exercitou hoje o dia todo com países que são diferentes, não só do ponto de vista econômico, geográfico, cultural, mas que tem uma identidade que é o compromisso com o desenvolvimento”, disse o vice.
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