
Dois focos de influenza aviária de alta patogenicidade (H5N1), conhecida como gripe aviária, foram confirmados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária: um em uma granja avícola de reprodução, em Montenegro, e outro em aves silvestres no Zoológico de Sapucaia do Sul — ambos no Rio Grande do Sul. Os casos foram isolados com os protocolos adequados ao plano nacional de contingência para evitar a disseminação da doença.
Apesar do baixo risco de transmissão da doença para humanos, a Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul monitora as pessoas expostas, especialmente os trabalhadores das áreas afetadas. Para garantir uma resposta rápida em caso de suspeita em humanos, a pasta mantém um fluxo de troca de informações constante com a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, reforçando os protocolos de biossegurança.
O Ministério da Agricultura também informou que os ovos da granja foram completamente rastreados e a destruição está em andamento, para então se iniciar o processo de limpeza e desinfecção dos 3 incubatórios.
Além disso, há investigação em curso de uma propriedade no município de Aguiarnópolis, em Tocantins. "A análise preliminar das amostras coletadas revelou a presença de Influenza A, com baixa probabilidade de se tratar de amostra de alta patogenicidade, tendo em vista as características epidemiológicas, laboratoriais e clínicas observadas na investigação. A investigação laboratorial está em curso e as medidas de controle de trânsito adotadas, com manutenção da situação sob controle e vigilância adequados", citou o Ministério.
"Investigações de suspeitas são rotina na atividade da Defesa Agropecuária, e em casos onde emergências são declaradas o sistema fica sensibilizado e o número de investigações tende a aumentar em um primeiro momento, o que reforça a robustez do sistema de Defesa Agropecuária do Brasil, que atende e trata todas as investigações com eficiência e transparência", acrescentou a pasta.
Alerta nos estados
O governo do Rio de Janeiro afirmou que intensificou as medidas de reforço à vigilância sanitária nas propriedades avícola. "A gripe aviária não é transmitida pelo consumo de carne ou ovos, mas alertamos que a detecção precoce e contenção rápida são cruciais para proteger a saúde animal, humana e a sustentabilidade da produção avícola do estado", explicou o governador Cláudio Castro.
Entre as ações adotadas, estão o aumento das fiscalizações, a orientação direta aos produtores sobre protocolos de biosseguridade, e o fortalecimento das barreiras sanitárias. Além disso, a Superintendência de Defesa Agropecuária intensificou os treinamentos com técnicos do serviço veterinário oficial e instituições parceiras para garantir resposta rápida diante de qualquer suspeita.
O Paraná também reforçou os protocolos de biosegurança e mantém um sistema de vigilância em aves silvestres, estabelecimentos comerciais e de subsistência, além de capacitação contínua dos servidores da Agência de Defesa Agropecuária.
Santa Catarina intensificou as ações de defesa sanitária animal, entre elas estão a análise da movimentação e produtos de origem animal vindos da região do foco; o direcionamento da atividade de vigilância ativa em propriedades que receberam animais daquela região nos últimos 30 dias; e orientação aos Postos de Fiscalização Agropecuária da divisa sul para intensificar a inspeção documental e física de todas as cargas de aves e ovos férteis provenientes do Rio Grande do Sul.
O governo de Rondônia citou que além da vigilância ativa, a Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do estado tem intensificado a vigilância iva, que visa a detecção precoce de animais com suspeita da doença.
Goiás ressaltou que tem atuado de forma estratégica e preventiva para manter o estado livre da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade. O governo prepara a publicação de um novo decreto de emergência zoossanitária, alinhado à decisão do Ministério da Agricultura e Pecuária, que prorrogou por 180 dias a vigência da emergência nacional.
“É preciso que toda a população fique atenta, não só o produtor rural. Isso porque a doença pode chegar por aves migratórias, que vêm de outros países onde existe a doença”, explicou a gerente de Sanidade Animal da Agrodefesa, Denise Toledo.
Já Minas Gerais informou que foram rastreados ovos férteis trazidos para o estado a partir de uma granja comercial da cidade Montenegro, no Rio Grande do Sul. Sendo assim, no sábado (17/5), 450 toneladas de ovos fecundados e demais materiais envolvidos foram descartados.
O governo mineiro explicou, ainda, que ovos férteis são aqueles usados para fecundação e produção de aves, e não para consumo. "O rastreamento de ovos férteis produzidos nessa granja da cidade de Montenegro, Rio Grande do Sul, está sendo finalizado e, portanto, a necessidade de novos descartes de produtos em Minas Gerais ainda pode ocorrer nos próximos dias", diz.
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