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Comportamento incomum de aranha africana deixa cientistas intrigados


Pesquisadores fizeram uma descoberta sobre as aranhas sociais africanas (Stegodyphus dumicola) que desafia os conceitos tradicionais da ecologia comportamental.

Por Flipar
Bernard DUPONT/Wikimédia Commons

Diferentemente da maioria das aranhas, que são solitárias e até canibais, a Stegodyphus dumicola vive em colônias compostas por dezenas até centenas de indivíduos.

Bernard DUPONT/Wikimédia Commons

Segundo os estudos, o comportamento das aranhas sociais africanas varia drasticamente ao longo do tempo, influenciado por fatores como fome e ambiente.

Bernard DUPONT/Wikimédia Commons

O estudo, publicado na revista Animal Behaviour, acompanhou 28 colônias por quatro meses (cerca de um terço da vida das aranhas) e analisou três comportamentos: reação a ameaças, fuga e caça coletiva.

Flickr Daniel Zurek

Os cientistas marcaram as aranhas individualmente com tinta para monitorar seus comportamentos, mas descobriram que qualquer padrão consistente durava pouco tempo.

Flickr Graham Montgomery

Os resultados mostraram que, embora algumas aranhas apresentassem padrões temporários, suas ações mudavam radicalmente, sem relação com comportamentos anteriores.

Flickr Graham Montgomery

Fatores como fome e mudanças ambientais parecem ser os principais influenciadores das atitudes individuais, tornando impossível prever ações com base em observações anteriores.

Flickr Graham Montgomery

A ausência de personalidade fixa entre os indivíduos parece facilitar a vida cooperativa e igualitária nas colônias.

Reprodução do Facebook Jarrod's Guide to Spiders, Bugs & the small world around us

Todos colaboram na criação dos filhotes e na caça, e chegam a se sacrificar por crias que não são suas, o que reforça a ideia de um sistema social baseado na necessidade e na flexibilidade, e não em papéis sociais definidos ou hierarquias.

- Reprodução do Facebook Jarrod's Guide to Spiders, Bugs & the small world around us

Segundo a pesquisadora Lena Grinsted, líder do estudo, as descobertas questionam a ideia de que personalidades individuais são essenciais para a evolução de espécies sociais.

Reprodução de instagram @buddha_bugs

Na prática, essas aranhas demonstram uma forma de organização mais estável do que a dos próprios humanos hippies que inspiraram a comparação.

Flickr Graham Montgomery

As aranhas sociais africanas são nativas das regiões áridas e semiáridas do sul da África, como a Namíbia e a África do Sul.

Reprodução do Facebook Jarrod's Guide to Spiders, Bugs & the small world around us

Essas aranhas constroem teias comunais complexas em arbustos ou árvores, formando estruturas que podem abrigar centenas de indivíduos.

Bernard DUPONT/Wikimédia Commons

Cada colônia pode durar anos, com múltiplas gerações convivendo simultaneamente.

Reprodução do Facebook Jarrod's Guide to Spiders, Bugs & the small world around us

As colônias são compostas principalmente por fêmeas, que trabalham juntas para construir e reparar a teia, capturar presas e cuidar da prole.

Flickr Graham Montgomery

As aranhas caçam juntas, capturando presas que seriam muito grandes para uma aranha solitária.

Flickr Graham Montgomery

Quando uma presa é capturada pela teia, várias aranhas a envolvem rapidamente e injetam enzimas digestivas.

Wynand Uys/Wikimédia Commons

As fêmeas produzem sacos de ovos e protegem seus filhotes até que eles estejam prontos para eclodir. Depois que os filhotes nascem, a mãe se sacrifica, permitindo que eles a devorem num processo chamado matrifagia.

Reprodução do Facebook Jarrod's Guide to Spiders, Bugs & the small world around us

Esse comportamento garante que os jovens tenham nutrientes suficientes para se desenvolverem antes de se integrarem à colônia.

Flickr Bernard DUPONT

O estudo dessa aranha tem sido importante para a biologia evolutiva e o entendimento da socialidade em animais invertebrados.

Reprodução do Facebook Jarrod's Guide to Spiders, Bugs & the small world around us

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