
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou interesse na geração de energia produzida a partir de usinas nucleares do país. O anúncio foi feito na manhã de sexta-feira (9/5), durante reunião bilateral com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, no Kremilin.
"Gostaria de que alguns ministros meus falassem o que eles já conversaram aqui sobretudo o ministro de Minas e Energia que nós temos muito interesse em tentar estabelecer uma relação com a Rússia nas pequenas usinas nucleares", afirmou Lula, na conversa com Putin, transmitida parcialmente pela CNN.
O Brasil tem duas usinas de energia nuclear, todas no Rio de Janeiro: Angra 1 e Angra 2. Juntas , respondem por aproximadamente 1% do consumo de energia elétrica no país, de acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Além de manifestar interesse no fortalecimento das "pequenas usinas nucleares" do país, Lula criticou diretamente as ações comerciais do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
“As últimas decisões anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos de taxação de comércio com todos os países do mundo de forma unilateral joga por terra a grande ideia do livre comércio, joga por terra a grande ideia do fortalecimento do multilateralismo e joga por terra muitas vezes o respeito à soberania dos países que nós temos que ter”, afirmou Lula, que recebeu de volta sinais de aprovação do líder russo.
Participaram desta reunião ministros brasileiros como Alexandre Silveira, de Minas e Energia; Luciana Santos, de Ciência e Tecnologia e Mauro Vieira, de Relações Exteriores. Além deles, a conversa da comitiva brasileira com Putin e seus ministros contou com a presença de Celso Amorim, assessor de assuntos internacionais de Lula, e com o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP).
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Lula participa de desfile do Dia da Vitória na Rússia
Antes da reunião com Putin, Lula participou, nesta sexta, do desfile militar russo em celebração dos 80 anos da vitória da Segunda Guerra Mundial. O evento ocorreu na Praça Vermelha, um dos cartões-postais de Moscou.
Tradicional na Rússia, o evento tambem contou com a presença de outros chefes de Estado, como o presidente da China, Xi Jinping, que sentou ao lado de Putin, e o chefe do executivo venezuelano, Nicolás Maduro.
Guerra com a Ucrânia
O desfile do Dia da Vitória ocorreu em meio à repercussão do anúncio de um cessar-fogo — declarado pela Rússia — de três dias na guerra com a Ucrânia. Essa trégua foi anunciada com o objetivo de realizar o evento.
Os dois lados, no entanto, se acusam de romper o trato. Ataques de drones ucranianos nos arredores de Moscou na véspera do desfile fecharam o aeroporto da cidade. Segundo o governo ucraniano, os ataques foram resposta a violações cometidas pela Rússia após o cessar-fogo, que começou na quarta-feira (7/5).