
O líder da oposição na Câmara, deputado Zucco (PL-RS), apresentou nesta sexta-feira (2/5) à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma representação criminal contra o ministro da Previdência, Carlos Lupi, por “omissão” diante do escândalo de desvios no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
A representação pede a instauração de procedimento de apuração criminal para investigar se Carlos Lupi cometeu crime no esquema do INSS. Se houver indícios de participação nos atos criminosos, o líder da oposição pede que o caso seja enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Por último, pede, ainda, o afastamento de Lupi de seu cargo como ministro da Previdência.
O deputado Zucco argumenta que há evidências de que Lupi atuou politicamente para manter Alessandro Stefanutto, então presidente do INSS na época dos desvios, no cargo. Stefanutto foi afastado e depois demitido por ordem do presidente Lula (PT), apesar da resistência de Carlos Lupi.
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Quando o esquema veio a público, Lupi participou de uma entrevista coletiva ao lado dos dois representantes das instituições que investigam o esquema: Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal; e Vinicius de Carvalho, ministro da Controladoria-Geral da União (CGU).
Na ocasião, defendeu Stefanutto e disse que seu indicado tinha conduta exemplar. A defesa não pegou bem no Palácio do Planalto e deu início a uma fritura pública do ministro que já dura mais de uma semana.
“O ministro não apenas fechou os olhos diante de um crime contínuo contra os mais vulneráveis, como também ajudou a blindar os envolvidos. É inaceitável que um ministro de Estado se omita diante de um assalto institucional contra aposentados e pensionistas”, disse Zucco.
Lupi nega participação
O ministro da Previdência participou, na terça-feira (29), de uma sessão na Comissão de Previdência e Assistência Social na Câmara, onde foi questionado por deputados sobre sua demora para tomar medidas concretas depois de ser informado sobre os desvios, ainda em 2023. Lupi negou que tenha demorado a agir e culpou a burocracia do ministério pela falta de resolução para o problema.
“Isso é igual ao processo judicial. Você não abre um inquérito hoje e amanhã tem a solução. Não é assim. São 6 milhões, no mínimo, que fazem contribuição sindical. São 41 instituições. Vocês pararam para pensar como é que é analisar se é válido ou não analisar 6 milhões de s? Isso não é simples, é complexo”, disse.
“Demorou? Sim. Eu não tenho vergonha nenhuma de dizer que eu gostaria que fosse muito mais ágil. Mas estamos agindo. Estamos fazendo. Está doendo na nossa carne. Estamos tendo que exonerar gente que trabalhava com a gente, que convivia com a gente”, afirmou o ministro.
Uma pesquisa AtlasIntel divulgada na quinta-feira (1º/5) mostrou que 85,3% dos brasileiros entrevistados defende que o ministro seja demitido pelo escândalo do INSS. O levantamento ouviu 1.000 participantes entre terça (29) e quinta.