PEC da Segurança

Após apresentar PEC a líderes, governo deve protocolar texto na próxima semana

Depois de encontro a portas fechadas, Lewandowski, Gleisi e Hugo Motta defenderam urgência da proposta, em coletiva nesta terça-feira (8/4), e anunciaram grupo de trabalho para tratar do tema

Motta afirmou que há uma
Motta afirmou que há uma "convergência" entre os partidos em torno da urgência da pauta, mesmo com divergências sobre o conteúdo da PEC - (crédito: Danandra Rocha/CB/D.A Press)

Após apresentar a proposta de emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública a líderes partidários na manhã desta terça-feira (8/4), o governo federal sinalizou que deve protocolar o texto oficialmente na próxima semana. A informação foi confirmada após um encontro a portas fechadas na Residência Oficial da presidência da Câmara dos Deputados, do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, com o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Em coletiva à imprensa concedida após a reunião, os representantes do governo e do Legislativo destacaram a importância do debate e demonstraram otimismo com a receptividade da proposta, que visa unificar o enfrentamento ao crime organizado por meio de ações integradas entre União, estados e municípios.

Motta afirmou que há uma “convergência” entre os partidos em torno da urgência da pauta, mesmo com divergências sobre o conteúdo da PEC. O presidente da Câmara fez uma analogia entre a situação da segurança no país e um quadro de saúde crítico: “Se o Brasil fosse um paciente, eu diria que o nosso paciente está com um câncer grave. E para se tratar um câncer grave, não será com remédios leves. Nós temos um paciente com metástases, onde a violência e, infelizmente, o crime organizado se espalharam pelo Brasil todo. Nós precisamos ser enérgicos nessa resposta”.

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O deputado também anunciou que será criado um grupo de trabalho permanente para tratar da segurança pública na Câmara. A intenção é que, além da PEC, outras propostas possam ser discutidas de forma coordenada entre o Legislativo e o Executivo.

Lewandowski, responsável pela formulação do texto, comentou que a reunião foi “extremamente proveitosa” e ressaltou o papel do Congresso no avanço da proposta: “Houve uma unanimidade no sentido de reconhecer a importância de discutirmos a segurança pública de nosso país e também a relativa urgência de que isso seja feito no Congresso Nacional”.

A ministra Gleisi Hoffmann, por sua vez, que participou da coletiva representando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, frisou que a proposta não deve ser vista como uma pauta do governo, mas como agenda coletiva. “Não tem oposição ao governo, mas sim o compromisso de todos nós de apresentarmos uma proposta estruturada que organiza o sistema nacional de segurança pública”, afirmou. Segundo ela, “os líderes tiveram muita receptividade com o tema”. Em meio a críticas da oposição, Gleisi garantiu que “dúvidas foram dissipadas”.

A PEC ainda precisará superar resistências técnicas e políticas. A proposta deve ser encaminhada à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, presidida pelo deputado Paulo Azi (União Brasil-BA). Se itida, seguirá para uma comissão especial e depois para votação em dois turnos no plenário da Casa. Só então poderá ser analisada pelo Senado.

postado em 08/04/2025 15:06 / atualizado em 08/04/2025 15:12
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