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No caso do agronegócio de hortaliças, é crucial. Esse setor gera um grande número de empregos, sobretudo no setor primário, devido à elevada demanda de mão de obra nas diversas etapas da produção, incluindo a semeadura, tratos culturais, colheita, beneficiamento e comercialização. Considerando uma área de produção de hortaliças no Brasil de 900 mil hectares e uma utilização de três a quatro empregos diretos por hectare, pode-se estimar uma geração de empregos na ordem de 2,7 a 3,6 milhões.</p> <p class="texto">A mão de obra tem representação significativa no custo de produção das principais culturas olerícolas, variando entre 17% e 52% do total. Por exemplo, na cultura do alho, o custo de produção na principal região produtora do país, em São Gotardo (MG), ultraou R$ 200 mil por hectare em 2023. Desse total, 30%, ou seja, R$ 60 mil, corresponderam à mão de obra. Além disso, o custo é crescente. 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Mão de obra na cadeia produtiva de hortaliças 2i6h3d custo alto e escassez
Opinião

Mão de obra na cadeia produtiva de hortaliças: custo alto e escassez 4y613o

As oportunidades de trabalho nos centros urbanos têm acirrado a concorrência pelos trabalhadores, que, em geral, sentem-se mais atraídos pelas condições oferecidas nas cidades 1d5u6g

WARLEY MARCOS NASCIMENTO — Chefe-geral da Embrapa Hortaliças e presidente da Associação Brasileira de Horticultura (ABH) 

 

A disponibilidade de mão de obra é sempre um grande desafio em qualquer atividade, mas, nas agrícolas, o desafio é ainda maior. No caso do agronegócio de hortaliças, é crucial. Esse setor gera um grande número de empregos, sobretudo no setor primário, devido à elevada demanda de mão de obra nas diversas etapas da produção, incluindo a semeadura, tratos culturais, colheita, beneficiamento e comercialização. Considerando uma área de produção de hortaliças no Brasil de 900 mil hectares e uma utilização de três a quatro empregos diretos por hectare, pode-se estimar uma geração de empregos na ordem de 2,7 a 3,6 milhões.

A mão de obra tem representação significativa no custo de produção das principais culturas olerícolas, variando entre 17% e 52% do total. Por exemplo, na cultura do alho, o custo de produção na principal região produtora do país, em São Gotardo (MG), ultraou R$ 200 mil por hectare em 2023. Desse total, 30%, ou seja, R$ 60 mil, corresponderam à mão de obra. Além disso, o custo é crescente. Os salários no campo são, tradicionalmente, vinculados ao salário mínimo e, nos últimos 10 anos, esse valor aumentou mais de 100%. Nesse cenário, o aumento do salário mínimo traz um grande impacto na rentabilidade do produtor rural, especialmente em um setor altamente dependente da mão de obra.

Vale salientar que o índice de mecanização em grande parte do setor olerícola ainda é baixo. Existe uma carência de máquinas e equipamentos específicos para as diferentes atividades nas diversas cadeias produtivas, somada a menor capacidade de investimento dos produtores para a aquisição dessas máquinas, o que faz com que o setor, mais uma vez, se torne altamente dependente de mão de obra, especialmente para o setor da agricultura familiar. Mesmo no segmento empresarial, com médios e grandes produtores (com um emprego mais intenso de máquinas e equipamentos agrícolas) e ou naquelas cadeias produtivas de hortaliças mais tecnificadas, como alho, batata, beterraba, cebola e cenoura, dependendo da região e da época de produção, algumas atividades agrícolas ainda necessitam de um grande contingente de trabalhadores rurais.

Se não bastassem a reduzida automação e o aumento do custo de mão de obra, a disponibilidade de trabalhadores rurais vem diminuindo com o ar dos anos frente ao crescimento da economia, bem como do processo de urbanização mais intenso. Essa escassez é observada, sobretudo, em relação à mão de obra mais qualificada. No setor olerícola, a mão de obra tem se tornado cara e escassa. As oportunidades de trabalho nos centros urbanos têm acirrado a concorrência pelos trabalhadores, que, em geral, sentem-se mais atraídos pelas condições oferecidas nas cidades. No caso dos extratos mais jovens da população, essa atração é ainda maior. 

Produtores e/ou grupos empresariais envolvidos na produção de hortaliças têm relatado dificuldades para contratar ou para reter trabalhadores rurais. Com o mercado de trabalho aquecido e o desemprego nas mínimas históricas, está cada vez mais difícil encontrar mão de obra qualificada. Essa escassez, inclusive, se torna um entrave ao crescimento e à expansão da produção. E, claro, em algumas situações, os produtores contratam por um valor mais alto, com consequência no preço das hortaliças ao consumidor final.

Face a esses problemas, algumas empresas rurais têm buscado formas de incentivo para os trabalhadores rurais, motivando a sua permanência no campo — seja investindo na qualidade de vida, em boas instalações (incluindo internet), alimentação, assistência médica e treinamentos. No entanto, essas excelentes iniciativas também mobilizam recursos e elevavam os custos de produção.

Outra característica do agronegócio de hortaliças é a utilização da mão de obra familiar. Os agricultores familiares, em números, são a maioria daqueles que cultivam hortaliças, principalmente as folhosas. Os estabelecimentos rurais da agricultura familiar, às vezes, empregam trabalhadores adicionais ou temporários para auxiliar na produção. Dessa forma, a agricultura familiar também tem sido afetada pela escassez de mão de obra. "Aos poucos, a gente vai largando a roça e indo morar na cidade" — essa tem sido uma frase constantemente ouvida nas minhas andanças por este país rural. 

Frente a essa situação, o cenário é que os gastos com mão de obra vão continuar elevados, e a oferta de trabalhadores rurais continuará escassa, o que pode representar um sério problema para o setor nos próximos anos. Além disso, a alteração da legislação trabalhista é uma demanda que dificilmente será atendida no curto prazo, já que está ligada a uma revisão da lei vigente no país. No entanto, precarizar as condições do trabalho rural não será nunca uma solução socialmente adequada. Nesse cenário, se faz necessário buscar soluções criativas e economicamente viáveis.

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