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'100% da população' de Gaza está em 'risco de fome', alerta ONU

Em 12 de maio, um relatório da Classificação Integrada das Fases da Segurança Alimentar (CIF) estimou que o território enfrenta um "risco crítico de fome"

O acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza entrou em vigor em 27 de novembro       -  (crédito: Omar AL-QATTAA / AFP)
O acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza entrou em vigor em 27 de novembro - (crédito: Omar AL-QATTAA / AFP)

Um porta-voz do escritório de coordenação de assuntos humanitários da ONU (OCHA) afirmou nesta sexta-feira (30) que "Gaza é o local com mais fome do mundo", onde "100% da população está em risco de fome".

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"É a única zona delimitada, um país ou um território definido dentro de um país, onde a totalidade da população tem risco de fome. Cem por cento da população está em risco de fome", declarou Jens Laerke, durante a coletiva de imprensa habitual da ONU em Genebra, refutando afirmações contrárias das autoridades israelenses.

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Em 12 de maio, um relatório da Classificação Integrada das Fases da Segurança Alimentar (CIF) estimou que o território enfrenta um "risco crítico de fome".

O embaixador de Israel na ONU em Genebra, Daniel Meron, acusou no X as agências da ONU de "selecionar fatos para pintar uma realidade alternativa e demonizar Israel".

"A ONU alimenta o Hamas, nós nos asseguramos de que a ajuda chegue a quem precisa", acrescenta.

O porta-voz do OCHA explicou detalhadamente as dificuldades que a ONU tem para fazer a ajuda humanitária chegar ao território palestino, que Israel só deixar entrar a conta-gotas, após um bloqueio total de mais de dois meses instaurado quando retomou sua ofensiva militar em março.

Segundo Laerke, Israel autorizou a entrada de 900 caminhões de ajuda humanitária desde a suspensão parcial do bloqueio, mas até o momento apenas a carga de 600 caminhões conseguiu ar Gaza e um número ainda menor pode ser entregue pelo território por causa dos bombardeios, insegurança e o congestionamento nas poucas rodovias pelas quais o Exército israelense autoriza a agem.

Isso significa uma distribuição de ajuda "aos poucos, em uma situação de rigor operacional que a torna uma das operações de ajuda humanitária mais difíceis, não apenas no mundo atual, mas na história recente", acrescentou.

 

Por AFP
postado em 30/05/2025 22:45
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