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Educação superior para todos: a contribuição decisiva das instituições particulares

Expansão da rede privada, inclusão por meio de financiamento estudantil e fortalecimento do ensino a distância impulsionam a formação acadêmica e reduzem desigualdades no país

Correio Braziliense
postado em 04/04/2025 19:23
Celso Niskier é diretor Presidente da ABMES -  (crédito: Arquivo Pessoal)
Celso Niskier é diretor Presidente da ABMES - (crédito: Arquivo Pessoal)

Por Celso Niskier*

Os dados recentes do Censo, divulgados pelo IBGE, revelam um avanço significativo na educação no Brasil. A proporção da população com nível superior completo aumentou de 6,8% em 2000 para 18,4% em 2022. Esse crescimento expressivo demonstra a crescente valorização da educação superior como um caminho essencial para o desenvolvimento social e econômico do país.

O aumento substancial no número de graduados está diretamente relacionado ao papel fundamental das instituições de ensino superior (IES) particulares na democratização do o à educação. Atualmente, mais de 75% dos estudantes da graduação estão matriculados na rede privada, que continua sendo o grande motor da expansão do ensino superior no Brasil. A flexibilidade, a diversidade de cursos e a capacidade de adaptação às novas demandas e tecnologias têm sido fatores determinantes para essa evolução.

Em um país de dimensões continentais, a presença das IES em cidades menores permitiu reduzir desigualdades regionais e ampliar significativamente o o ao ensino superior. Se, há duas décadas,metade dos municípios não tinham uma única IES, hoje o percentual caiu para menos de 10%, muito em razão das iniciativas privadas de expansão.

Os dados do Censo da Educação Superior 2023, do Inep, reforçam essa tendência. Entre 2021 e 2022, houve um crescimento de 8,7% no número total de matrículas, totalizando 9,5 milhões de estudantes. Esse crescimento reflete o papel essencial que as instituições de ensino superior desempenham na formação de uma sociedade mais educada e preparada para os desafios do mercado de trabalho e da inovação.

O impacto dos programas de financiamento e incentivo ao ensino superior também merece destaque. O Programa Universidade para Todos (ProUni),que completou 20 anos em 2024, já beneficiou mais de 3,5 milhões de estudantes de baixa renda, promovendo o ao ensino de qualidade. Da mesma forma, o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) tem sido um instrumento fundamental para milhares de estudantes que, sem essa oportunidade, não conseguiriam ingressar na graduação. Com a revisão das regras do programa e uma maior previsibilidade na oferta de vagas, o Fies renova a esperança de quem deseja transformar sua trajetória por meio da educação.

Outro destaque é a crescente participação dos cursos a distância (EaD),que continuam a se consolidar como uma alternativa viável e de qualidade para muitos brasileiros. Em 2022, as matrículas em EaD superaram pela primeira vez as do ensino presencial, alcançando 3,9 milhões de estudantes. Esse crescimento reflete a evolução tecnológica e a maior aceitação dessa modalidade pelo mercado detrabalho, que a a reconhecer as competências adquiridas por meio de plataformas inovadoras de ensino. A modalidade pode e deve melhorar a qualidade do ensino oferecido, sem que isso desvalorize suas características e potencialidades para a democratização do o ao ensino superior.

A estreita relação entre a educação superior e o mercado de trabalho também se intensificou nos últimos anos. O Índice ABMES/Symplicity de Empregabilidade (Iase 2024) mostrou que a qualificação acadêmica continua sendo um fator determinante para melhores oportunidades de inserção e crescimento profissional e que não há uma diferença significativa quanto à modalidade deformação, seja presencial ou à distância. Graduados têm um rendimento médio três vezes maior do que aqueles que apenas completaram o ensino médio, conforme apura o IBGE desde 2017,evidenciando o impacto positivo da graduação na vida dos indivíduos e no desenvolvimento socioeconômico do país.

A consolidação do ensino superior no Brasil, especialmente por meio das instituições particulares, representa um avanço não apenas em números, mas na possibilidade real de transformação social. O o ampliado, as novas modalidades de ensino e o fortalecimento de programas de financiamento criam um ambiente mais inclusivo e dinâmico, permitindo que a educação superior continue a ser um dos principais motores do desenvolvimento nacional.

*Diretor-presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes)

 

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