
A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) registrou, nesta quarta-feira (19/2), um boletim de ocorrência na Polícia Federal a fim de investigar o caso de um estudante que tentou se formar com uma suástica pintada no rosto. Em nota, publicada na terça-feira (18/2), a instituição de ensino também afirmou que poderá tomar medidas internas. "Serão analisadas quais medidas istrativas devem ser tomadas", afirma a nota.
A colação de grau foi realizada na terça-feira (18/2). Os alunos que se formaram eram dos cursos de engenharia metalúrgica, engenharia de minas e engenharia de materiais. Na nota, a UFRGS relatou que, ao tomar conhecimento da tentativa do aluno, proibiu o estudante de participar da colação com o símbolo nazista.
Na ocasião, o vice-reitor e o coordenador de Segurança foram até o local onde os formandos se preparam para a cerimônia e avisou que 'se não apagasse a suástica, além de não poder colar grau, seria encaminhado para a Polícia Federal para registro de ocorrência e para que a PF avaliasse se era ou não um símbolo nazista o que ele ostentava".
Diante da advertência da universidade, o formando, identificado como Vinicius Krug de Souza, alegou aos corpo docente que o símbolo era hindu e não fazia apologia ao nazismo. Ele também apagou o desenho e participou da colação com outros símbolos, que não faziam refência ao regime nazista.
"Diferentemente das diversas manifestações nas redes sociais, o formando em questão NÃO ostentava símbolos nazistas durante a cerimônia de formatura. Também é importante destacar que a decisão da Universidade de dar prosseguimento à cerimônia dentro da possível normalidade diante deste inissível episódio deve-se à consideração aos demais formandos, seus familiares e convidados que estavam reunidos em um momento de celebração", salientou a UFRGS.
O sindicato dos técnicos istrativos da UFRGS, UFCSPA e IFRS (ASSUFRGS) repudiou o ocorrido. Na visão do sindicato, "a universidade agiu corretamente [...], no entanto, diante da gravidade do ocorrido, medidas mais enérgicas deveriam ter sido tomadas imediatamente, incluindo a condução do indivíduo às autoridades competentes no ato, sem que houvesse a necessidade de advertências prévias".
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O Diretório Central dos Estudantes da UFRGS (DCE UFRGS), em manifestação sobre o caso publicada nas redes sociais, ressaltou que "enquanto representação máxima dos estudantes da UFRGS, reafirmamos que apologia ao nazismo é crime e essa ação não ará impune". Ele também disse que enviará um ofício à reitoria da universidade "exigindo a anulação da entrega de diploma e da formatura do aluno".
A reportagem não conseguiu contato com o estudante. O espaço segue aberto para manifestações.