SUMMIT

Brasil tem potencial, mas requer investimento em propriedade intelectual, diz advogada

Sócia do escritório de advocacia BMA, a advogada Ana Cristina Müller elencou soluções para fortalecer os direitos da propriedade intelectual no país

Ana Cristina Müller durante participação no Summit
Ana Cristina Müller durante participação no Summit "Propriedade Intelectual: desafios e avanços na proteção e inovação" - (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

“Ninguém nega a importância da propriedade intelectual para os campos da tecnologia e em especial para o campo da saúde”, disse a sócia do BMA e advogada Ana Cristina Müller durante participação no Summit Propriedade Intelectual: desafios e avanços na proteção e inovação.

Segundo ela, para o desenvolvimento de vacinas e medicamentos, é necessário ar pela formalização da patente, titularidade, licenciamento, assim como acordos firmados entre as partes envolvidas. Isso gera emprego, renda e desenvolvimento para a pesquisa, lembrou Müller, que citou exemplos de sucesso, como a vacina contra a covid-19 e o medicamento Ozempic.

Parceria do Correio com a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), o evento reúne especialistas e autoridades para discutir a importância da pesquisa, da inovação e da defesa das patentes no país.

O Brasil ocupa a 50ª posição de 133 em índice global de inovação na área de propriedade intelectual, é o 1º colocado regional na América Latina e Caribe e, pelo quarto ano consecutivo, tem desempenho acima do esperado em relação ao seu nível de desenvolvimento econômico.

Para a advogada, que integrou o  'Impactos econômicos e sociais da propriedade intelectual', o Brasil ainda está aquém de onde poderia estar. Para fortalecer a área, ela avaliou que ações estratégias junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) devem ser implementadas.

Entre elas, a especialista mencionou uma ação civil pública que tem o objetivo de assegurar a autonomia istrativa e jurídica do INPI, o financiamento contínuo e permanente do órgão, o investimento em modernização tecnológica e a contratação de mais profissionais. “Nós precisamos incentivar e valorizar o órgão que é o responsável pela concessão das nossas marcas, patentes e desenhos industriais”, comentou.

Com isso, segundo ela, o desenvolvimento intelectual em pesquisa e produção de medicamentos poderá se fortalecer, gerando estímulo para novos investimentos e atração de capital humano e social. Apesar de observar algumas necessidades para o avanço da área, Müller reconheceu o potencial que há no país.

“Temos um arcabouço legal importante e a propriedade intelectual está na nossa veia. Mas sofremos com o embate, muitas vezes há um choque, quando na verdade o que a gente busca e deseja é a proteção financeira. É um trabalho de formiguinha”, finalizou.

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postado em 29/04/2025 11:54
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