
Nesta quinta-feira (22), às 13h, a 2ª Vara Criminal de Nova Iguaçu no Rio de Janeiro, será palco do julgamento de Letícia Karam e Rosimery Karam, acusadas de injúria e racismo em um caso que ganhou grande repercussão nas redes sociais no início do ano ado. A sessão marca mais um capítulo na luta por justiça em crimes motivados por discriminação racial no Brasil, um tema que, apesar dos avanços legislativos, ainda enfrenta desafios quanto à efetiva responsabilização dos agressores.
As acusações remontam a um episódio ocorrido em fevereiro de 2024, em um supermercado da Baixada Fluminense. Segundo o Ministério Público, Letícia Karam foi presa em flagrante após agredir fisicamente o jornalista Daniel Nascimento, ex-colunista da Band TV, e proferir ofensas racistas durante uma discussão iniciada em uma fila de caixa. A confusão teria começado quando Rosimery, mãe de Letícia, retornou ao local e esbarrou na vítima, desencadeando uma série de agressões físicas e verbais.
Além de Daniel, outras três pessoas também relataram ter sido alvo de insultos e violência por parte das rés. O episódio foi registrado por testemunhas e amplamente divulgado nas redes sociais, reacendendo o debate sobre o racismo cotidiano e a importância da responsabilização criminal nesses casos.
Para reforçar a acusação, o Ministério Público contará com o apoio dos advogados Dr. Gil Ortuzal e Dr. Karla Kamila, que atuarão como assistentes de acusação. A presença dos profissionais reforça o compromisso da promotoria com a defesa das vítimas e o enfrentamento da impunidade em crimes de natureza discriminatória.
Letícia Karam foi autuada por injúria racial e liberada após audiência de custódia, mediante cumprimento de medidas cautelares. Ambas as rés foram formalmente denunciadas, e o processo reúne provas como registros em vídeo, laudos periciais e depoimentos de testemunhas.
O caso é observado com atenção por entidades de direitos humanos e movimentos antirracistas, que veem no julgamento uma oportunidade para fortalecer a aplicação da lei e reafirmar que o racismo — estrutural e cotidiano — deve ser combatido com rigor pelo sistema de justiça.