
Uma das maiores premiações mundiais de cinema, o Festival de Cannes começou a 78º edição nesta terça-feira (13/5), evento no qual o Brasil se destacou. Um dos filmes indicados é O Agente Secreto, dirigido por Kleber Mendonça Filho — diretor de Bacurau e Aquarius, que levou o Prêmio do Júri em 2016.
Embora o longa estrelado por Wagner Moura concorra à Palma de Ouro — prêmio de maior prestígio do evento —, um levantamento da empresa de inteligência Brasil Apostas estima que a chance da obra brasileira ganhar a disputa seja de 5,4%. O Agente Secreto concorre contra outras nove obras europeias e norte-americanas.
Para definir as probabilidades, a análise considerou a avaliação de especialistas com base em estatísticas, recepção da crítica, histórico de premiações e campanha para chegar a um número preditivo. Mesmo que o filme de Mendonça não esteja entre os favoritos ao prêmio, ele tem despertado expectativa e é considerado um dos lançamentos mais aguardados do ano.
O Brasil ocupa o nono lugar nas estatísticas da competição do prêmio principal, empatado com Eddigton e acima de The Field. Os favoritos são o norte-americano Die, My Love, com 18,2% de chance de vitória, e o francês Alpha, com 15,4%. Em seguida, Sound of Falling (Alemanha) e Sentimental Value (Noruega) estão empatados com 12,5% de chance.
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Como interpretar as probabilidades?
As odds — chance de ocorrência de um evento — negativas indicam favoritismo absoluto, enquanto valores positivos mostram candidatos menos cotados. No caso de O Agente Secreto, a cotação de +1750 indica que, apesar de não ser o favorito, ele ainda tem uma chance razoável de surpreender. O histórico de Cannes já mostrou que algumas premiações podem ter reviravoltas inesperadas.
Mendonça Filho já teve dois filmes selecionados para a competição de Cannes, histórico que reforça a reputação do diretor junto ao festival e aumenta as expectativas em torno de O Agente Secreto.
A ambientação histórica e relevância temática também podem influenciar na decisão. O filme se a no Brasil de 1977, durante a ditadura militar, abordando temas políticos que dialogam com a história do Festival de Cannes, criado em oposição à manipulação política no Festival de Veneza nos anos 1930.
Além disso, o filme é uma coprodução internacional com apoio institucional. Antes mesmo de estrear, a obra foi incluída na lista dos 100 filmes mais aguardados de 2025 pela revista The Film Stage, ocupando a 28ª posição. Essa antecipação positiva indica um interesse significativo da crítica internacional. Caso vença, o diretor Kleber Mendonça poderá se tornar o primeiro brasileiro a conquistar dois prêmios em Cannes e reforçar o protagonismo do Brasil no festival.