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‘Escândalo Íntimo’: como visual explicou o álbum de Luísa Sonza

ora criou uma narrativa coesa

‘Escândalo Íntimo’: como visual explicou o álbum de Luísa Sonza -  (crédito: TMJBrazil)
‘Escândalo Íntimo’: como visual explicou o álbum de Luísa Sonza - (crédito: TMJBrazil)

Em sua mais recente fase artística, Luísa Sonza mostrou que não apenas canta suas histórias — ela também as veste. A turnê de Escândalo Íntimo (2023) marcou uma virada estética e emocional na trajetória da artista, que trouxe à tona uma versão mais sensível e autêntica de si mesma, alinhando o visual à narrativa do álbum.

Natural de Tuparendi, no interior do Rio Grande do Sul, a cantora resgatou sua origem em uma proposta visual cuidadosamente arquitetada, em que o conceito de “princesa do interior” ganhou forma nas roupas que usou no palco. O stylist Victor Miranda, parceiro de longa data de Luísa, foi o responsável por traduzir essa ideia em figurinos que mesclam elementos do boho chic, do western e da moda dos anos 2000.

Mais do que um resgate afetivo, a estética da era Escândalo Íntimo também teve a função de traduzir visualmente a vulnerabilidade presente nas canções. Faixas como “Campo de Morango” e “Principalmente Me Sinto Arrasada” tratam de saúde mental e ansiedade com um lirismo onírico, que se refletiu em looks leves, românticos e delicadamente femininos.

A moda, no universo do pop, não é mero adereço — ela é discurso. A estilista Mayari Jubini, que já colaborou com artistas internacionais como Katy Perry e Anitta, participou da construção visual de Luísa nas eras Doce 22 e Escândalo Íntimo, e destaca a virada entre os dois momentos.

Dentro dessa nova imagem, referências a arquétipos femininos clássicos — como a cowgirl, a musa dos anos 2000 ou a pin-up contemporânea — foram fundamentais. Assim como Madonna, Britney Spears ou Lady Gaga usaram a moda para encarnar personas icônicas, Luísa construiu a imagem de uma “princesa rural” conectada às tendências globais, mas com forte identidade brasileira.

E foi em meio à pesquisa por peças únicas e carregadas de significado que o nome da estilista Lígia Morris surgiu como um ponto de virada. Fundadora da marca Primal Stuff e com um histórico de vestir lendas como Cher, Shakira e Lady Gaga, Lígia vive hoje em uma fazenda no interior de Minas Gerais, onde divide seu tempo entre a lida rural e a criação de roupas com pegada artesanal e espírito rebelde.

A colaboração entre ela e Miranda resultou em criações marcantes, como o vestido branco usado por Luísa no Grammy Latino e o conjunto de couro com corset e calça de cintura baixa exibido no Prêmio Multishow.

Cada peça desenvolvida por Lígia é feita à mão, do corte à costura, e carrega o que ela define como uma mistura entre o fetichista e o apocalíptico.

Com o fim da turnê de Escândalo Íntimo, uma nova fase se aproxima. Miranda já trabalha com Luísa na construção da próxima identidade visual.

LS
postado em 12/05/2025 13:44
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