Artes Visuais

Memorial dos Povos Indígenas recebe duas novas mostras temporárias

Mostras temporárias estarão abertas ao público até 23 de março

Obra de exposição em cartaz no Memorial dos Povos Indígenas -  (crédito: Divulgação)
Obra de exposição em cartaz no Memorial dos Povos Indígenas - (crédito: Divulgação)

O Memorial dos Povos Indígenas está apresentando duas mostras temporárias que celebram a diversidade cultural e a riqueza artística dos povos originários do Brasil. 

A exposição Imenu: Arte Visual Kaxuyana e Tiriyó, idealizada pela artista indígena Bárbara Rehkayie Kaxuyana, traz 30 pinturas de grafismo e desenhos tradicionais dos povos Kaxuyana e Tiriyó, habitantes das terras no Parque do Tumucumaque, norte do Estado do Pará, próximo à fronteira com o Suriname. Feitas em tecidos de algodão cru com tintas de tecido, as obras representam uma conexão entre o ado e o presente, destacando a centralidade da cultura Kaxuyana e Tiriyó na identidade e na resistência dos povos originário. Foram criadas em uma oficina realizada na aldeia Santo Antônio, onde jovens e anciãos compartilham histórias, saberes e técnicas ancestrais.

Sua inspiração de fortalecer a cultura indígena veio muito nova: "Desde muito pequena, acompanho a trajetória da minha mãe, que é uma importante liderança para nosso povo, e, sempre reou, e rea, nossa cultura, história, força e luta".

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Já a segunda exposição do Memorial, Sarã, ãbakoháy ~ug hãhãw: Raízes, Memórias e Território, é assinada por Uakyrê Pankararu Braz, e reúne 20 obras que refletem a espiritualidade, memórias e a relação com o território dos povos Pankararu e Pataxó, da Aldeia Cinta Vermelha Jundiba, em Minas Gerais. As ilustrações, criadas com lápis de cor, giz de cera, canetinhas e tinta guache carregam referências das mulheres indígenas, guardiãs da sabedoria ancestral, e convidam o público a explorar uma visão autêntica e profunda da conexão com o sagrado e o mundo natural. O título do conjunto de obras, em língua patxohã, remete a raízes e territórios, elementos centrais na luta e identidade de seus povos. 

A artista Uakyrê Pankararu comenta: "Nossa arte retrata nossa visão de mundo única, e abrir esse espaço faz com que as pessoas conheçam as várias formas de comunicação dos povos indígenas e contribui para a valorização e respeito do nosso modo de pensar". 

As mostras fazem parte do edital de incentivo promovido pela gestão do projeto educativo da ONG Amigos da vida, com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal, e contribui para um espaço de diálogo e protagonismo indígena. 

*Estagiária sob a supervisão de Severino Francisco

De terça a domingo, de 9h às 17h, até 23 de março. Memorial dos Povos Indígenas - Zona Cívico-istrativa, em frente ao Memorial JK. Entrada gratuita.

 


Ana Carolina Alves*
postado em 27/02/2025 07:01
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