
O registro que a istração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos (Nasa, na sigla em inglês) selecionou para ser a imagem do mês de maio feita pelo Telescópio Espacial James Webb (JWST), divulgada nesta terça-feira (27/5), mostra um aglomerado de galáxias no Universo primordial. Descrito por comunicado como “megamonstro”, o conjunto em volta da galáxia Abell S1063 está a cerca de 4,5 bilhões de anos-luz da Terra.
Localizada na constelação de Grus, a Abell S1063 — branca e brilhante ao centro da imagem — é tão massiva que as luzes de galáxias mais distantes, atrás do aglomerado, se curvam ao redor dela. Assim, o conjunto funciona como uma "lente gravitacional": a gravidade é tão forte que age como uma “lupa” que permite ampliação e ênfase do brilho de sistemas que estão longe, apesar de curvados.
A imagem feita pelo James Webb, portanto, mostra faixas e arcos distorcidos de luz, que são, na verdade, galáxias que existiram em um ado muito distante do Universo. Devido à distância em que esses sistemas se encontram do solo terrestre, eles só podem ser vistos e registrados bilhões de anos-luz depois da própria existência.
Além de lupa, portanto, o Abell S1063 não deixa de funcionar como uma espécie de “máquina do tempo”, uma vez que permite a cientistas estudarem como o Universo foi muito tempo atrás.
Comunicado do JWST descreve o registro do mês como "uma incrível floresta de arcos de lente ao redor de Abell S1063, que revela galáxias ao fundo distorcidas a uma variedade de distâncias cósmicas, juntamente com uma infinidade de galáxias tênues e características nunca vistas antes".
A imagem foi feita a partir de fotografia de longa exposição de uma única área do céu, que coletou o máximo de luz possível para destacar galáxias mais distantes — portanto com brilho mais tênue — que costumam não aparecer em registros comuns.
Foram 120 horas de observação, auxiliada por efeito de ampliação das lentes gravitacionais, que resultaram em capturas de nove instantâneos de diferentes comprimentos de onda de luz. Até o momento, este é o “olhar mais profundo” do James Webb em um único alvo.
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“Concentrar tal poder de observação em uma lente gravitacional massiva, como o Abell S1063, tem, portanto, o potencial de revelar algumas das primeiras galáxias formadas no Universo primordial”, esclarece o comunicado.
A observação faz parte de um programa que visa estudar um período conhecido como Cosmic Dawn, ou Amanhecer Cósmico na tradução literal — quando o Universo tinha apenas alguns milhões de anos e as primeiras estrelas, galáxias e buracos negros começaram a se formar.
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