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A frase dita pela mãe de uma pessoa desaparecida durante uma conversa com integrantes da Segurança Pública Distrito Federal ilustra a dimensão trágica de um fenômeno por vezes relegado às gavetas das delegacias. Por trás das estatísticas frias, há portas entreabertas, quartos intactos e nomes que ecoam diariamente nos corações de pais que se recusam a deixar o tempo apagar. </p> <p dir="ltr">Entre 2021 e 2025, desapareceram no Distrito Federal 2.412 crianças e adolescentes (0 a 17 anos). São nomes que sumiram dos registros escolares, dos aniversários em família, das ruas da vizinhança. Mas não da memória de quem os ama.</p> <p dir="ltr">Em 2024, foram 2.248 registros de desaparecimento de pessoas, o que significa que seis pessoas desapareceram por dia na capital do país. Em 2023, o número foi ainda maior: 2.793 registros, ou oito por dia. 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Apesar de oscilações nos números, ele explica que parte do aumento recente nos registros se deve à maior divulgação da rede de apoio existente. “Hoje, a sociedade tem mais conhecimento sobre o que é o desaparecimento e entende a importância de registrar o caso. Isso facilita para que as autoridades comecem a busca de imediato”, afirma.</p> <p dir="ltr">Segundo Fernandes, a maioria das pessoas desaparecidas é localizada nos primeiros três dias após o sumiço. “Percebemos um padrão: os casos se concentram a partir da sexta-feira, geralmente envolvendo jovens que brigam com os pais, casais em conflito ou pessoas que vão para festas, perdem o celular ou têm o aparelho furtado. Muitas vezes, no sábado ou na segunda-feira, já há notícias dessas pessoas”, explica.</p> <p dir="ltr">Nos casos mais prolongados, no entanto, o perfil tende a ser diferente. “Nesses casos, há uma ruptura real de vínculos familiares. 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Fomos buscá-la na delegacia”, relata a mãe.</p> <p dir="ltr">A situação levou Cláudia ao limite, mas o reencontro com a filha trouxe um turbilhão de sentimentos. “Foi uma sensação de raiva, alívio e alegria ao mesmo tempo”, relembra. Depois de ser localizada, Clara foi encaminhada ao hospital para tratar ferimentos e ajustar a medicação. Desde então, vem sendo acompanhada por profissionais de saúde mental, inclusive com participação em grupos terapêuticos no Centro de Atenção Psicossocial (Caps). “Hoje o quadro dela está mais estável”, explica Cláudia.</p> <h3><strong>Rede de buscas</strong></h3> <p dir="ltr">Para lidar com o quadro de desaparecimentos no DF, diversas iniciativas têm surgido. Uma das mais proeminentes é o Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (Plid) do <a href="/direito-e-justica/2025/03/7088485-em-solenidade-no-mpdft-procuradora-critica-ativismo-judicial-do-stf.html" target="_blank">Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT)</a>. 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Com o protocolo, um sinal de busca é emitido para 31 órgãos do GDF assim que o boletim de ocorrência é registrado, potencializando as chances de localização nos momentos mais críticos — especialmente nas primeiras 24 horas após o desaparecimento.</p> <p dir="ltr"> <div class="read-more"> <h4>Saiba Mais</h4> <ul> <li> <a href="/cidades-df/2025/05/7152103-caes-farejadores-da-pm-encontram-rs-150-mil-em-drogas-na-mala-de-ageiro.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/png/2025/05/20/whatsapp_image_2025_05_20_at_06_53_28_16x9-52421192.png?20250520210740" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Cidades DF</strong> <span>Cães farejadores da PM encontram R$ 150 mil em drogas na mala de ageiro</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/cidades-df/2025/05/7152040-video-pm-de-folga-sinaliza-para-motoqueiro-sobe-em-garupa-e-persegue-assaltante.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/05/20/idoso_2-52420900.jpg?20250520195506" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Cidades DF</strong> <span>Vídeo: PM de folga sinaliza para motoqueiro, sobe em garupa e persegue assaltante</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/cidades-df/2025/05/7152000-policia-faz-operacao-contra-fraude-milionaria-em-emprestimos-consignados.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/png/2025/05/20/whatsapp_image_2025_05_20_at_18_12_14__2__16x9__1_-52420747.png?20250520201353" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Cidades DF</strong> <span>Polícia faz operação contra fraude milionária em empréstimos consignados</span> </div> </a> </li> </ul> </div></p>", "isAccessibleForFree": true, "image": [ "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/05/20/1200x801/1_grafico_desaparecidos_2025-52402282.jpg?20250520154139?20250520154139", "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/05/20/1000x1000/1_grafico_desaparecidos_2025-52402282.jpg?20250520154139?20250520154139", "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/05/20/800x600/1_grafico_desaparecidos_2025-52402282.jpg?20250520154139?20250520154139" ], "author": [ { "@type": "Person", "name": "Carlos Silva", "url": "/autor?termo=carlos-silva" } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } }, { "@type": "Organization", "@id": "/#organization", "name": "Correio Braziliense", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "/_conteudo/logo_correo-600x60.png", "@id": "/#organizationLogo" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/correiobraziliense", "https://twitter.com/correiobraziliense.com.br", "https://instagram.com/correio.braziliense", "https://www.youtube.com/@correio.braziliense" ], "Point": { "@type": "Point", "telephone": "+556132141100", "Type": "office" } } ] } { "@context": "http://schema.org", "@graph": [{ "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Início", "url": "/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Cidades DF", "url": "/cidades-df/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Politica", "url": "/politica/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Brasil", "url": "/brasil/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Economia", "url": "/economia/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Mundo", "url": "/mundo/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Diversão e Arte", "url": "/diversao-e-arte/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Ciência e Saúde", "url": "/ciencia-e-saude/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Eu Estudante", "url": "/euestudante/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Concursos", "url": "/euestudante/concursos/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Esportes", "url": "/esportes/" } ] } 2d681n

Tragédia dos desaparecidos marca famílias no DF 265o1x
SEGURANÇA PÚBLICA

Tragédia dos desaparecidos marca famílias no DF 1o6e5r

Só no ano ado, foram 2.248 pessoas que saíram de casa e não voltaram. Ações da Secretaria de Segurança e do Ministério Público buscam descobrir o paradeiro desses desaparecidos 3z4yn

“Todo dia minha filha morre e ressuscita”. A frase dita pela mãe de uma pessoa desaparecida durante uma conversa com integrantes da Segurança Pública Distrito Federal ilustra a dimensão trágica de um fenômeno por vezes relegado às gavetas das delegacias. Por trás das estatísticas frias, há portas entreabertas, quartos intactos e nomes que ecoam diariamente nos corações de pais que se recusam a deixar o tempo apagar. 

Entre 2021 e 2025, desapareceram no Distrito Federal 2.412 crianças e adolescentes (0 a 17 anos). São nomes que sumiram dos registros escolares, dos aniversários em família, das ruas da vizinhança. Mas não da memória de quem os ama.

Em 2024, foram 2.248 registros de desaparecimento de pessoas, o que significa que seis pessoas desapareceram por dia na capital do país. Em 2023, o número foi ainda maior: 2.793 registros, ou oito por dia. O drama, embora muitas vezes silencioso, é persistente e reflete um cenário maior de desaparecidos no DF, que, de 2021 até o momento, contabiliza 10.090 pessoas. Entre os desaparecidos, 6.541 são homens e 3.543 são mulheres.

Para as famílias, o tempo parece estagnar. A cada novo dia, há uma renovação da dor e da esperança. É o caso de pais como os de Leuzenilda Marques, que desapareceu aos 14 anos, em 2007. Hoje teria 32. Era fim de tarde em um domingo, 10 de junho de 2007, quando ela se arrumou para sair de casa. Segundo familiares, ela havia combinado com uma amiga de ir a uma festa junina em uma igreja católica no Paranoá. Mas ninguém sabe se a jovem chegou ao local. Desde então, não foi mais vista.

O sumiço só foi percebido três dias depois, quando a patroa de Leuzenilda, estranhando sua ausência no trabalho, procurou a delegacia e avisou os familiares. Alissandra Marques da Rocha tinha apenas 17 anos quando a irmã desapareceu. Hoje, aos 35, ainda convive com a dor e a incerteza. “A reação da família foi de choque. Saímos procurando por todos os cantos, mas não tivemos nenhum tipo de retorno. Fizemos a ocorrência, colocaram a foto dela nas contas de água e luz, mas nada além disso. A gente continua com esperança de um dia encontrá-la”, lamenta.

arte - O drama dos desaparecidos no Distrito Federal

Padrões e causas 3vr3a

Para o subsecretário de Integração de Políticas Públicas da Secretaria de Justiça do DF, Jasiel Fernandes, apesar de preocupante, o cenário de desaparecimentos no Distrito Federal é considerado estável. Apesar de oscilações nos números, ele explica que parte do aumento recente nos registros se deve à maior divulgação da rede de apoio existente. “Hoje, a sociedade tem mais conhecimento sobre o que é o desaparecimento e entende a importância de registrar o caso. Isso facilita para que as autoridades comecem a busca de imediato”, afirma.

Segundo Fernandes, a maioria das pessoas desaparecidas é localizada nos primeiros três dias após o sumiço. “Percebemos um padrão: os casos se concentram a partir da sexta-feira, geralmente envolvendo jovens que brigam com os pais, casais em conflito ou pessoas que vão para festas, perdem o celular ou têm o aparelho furtado. Muitas vezes, no sábado ou na segunda-feira, já há notícias dessas pessoas”, explica.

Nos casos mais prolongados, no entanto, o perfil tende a ser diferente. “Nesses casos, há uma ruptura real de vínculos familiares. São desaparecimentos voluntários, geralmente relacionados a abusos dentro de casa, envolvimento com drogas, desejo de romper com o ambiente doméstico ou até envolvimento com crimes. Nessas situações, a pessoa raramente retorna por conta própria”, aponta. Ainda há registros ligados a acidentes, internações, sequestros e homicídios.

Final feliz 81i5d

Apesar do tenso cenário, algumas histórias têm final feliz. Moradora de Samambaia Sul, Cláudia Fonseca, 34, viveu dias de angústia e incerteza, antes de reencontrar a filha Clara Celeste, 16, que ficou desaparecida por quase uma semana, em novembro de 2024. A adolescente saiu de casa por vontade própria, após um episódio de surto. “Ela havia fugido. ou quase uma semana na rua e foi encontrada pela Polícia Militar, que entrou em contato conosco. Fomos buscá-la na delegacia”, relata a mãe.

A situação levou Cláudia ao limite, mas o reencontro com a filha trouxe um turbilhão de sentimentos. “Foi uma sensação de raiva, alívio e alegria ao mesmo tempo”, relembra. Depois de ser localizada, Clara foi encaminhada ao hospital para tratar ferimentos e ajustar a medicação. Desde então, vem sendo acompanhada por profissionais de saúde mental, inclusive com participação em grupos terapêuticos no Centro de Atenção Psicossocial (Caps). “Hoje o quadro dela está mais estável”, explica Cláudia.

Rede de buscas 295h2f

Para lidar com o quadro de desaparecimentos no DF, diversas iniciativas têm surgido. Uma das mais proeminentes é o Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (Plid) do Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT). O trabalho se baseia na atuação em rede, articulando diferentes instituições públicas e a sociedade civil. O programa registra as informações no banco de dados e promove ações de integração entre órgãos distritais e federais para auxiliar na busca por desaparecidos.

A promotora de Justiça Polyanna Silvares, gestora da ação, explica que o programa acompanha os casos desde o início, independentemente da data do desaparecimento, e dá e direto às Promotorias de Justiça. A população também pode acionar o Plid por meio de um formulário no site do MPDFT ou via ouvidoria. “Nós atuamos tanto nos casos recentes quanto nos prolongados. Os dados do Sistema Nacional de Localização e Identificação de Desaparecidos (Sinalid) são constantemente atualizados e confrontados com o banco de dados para auxiliar nas buscas”, explica.

A promotora também ressalta que um dos grandes desafios é articular diversos órgãos em torno desta demanda, mas importantes os avanços estão sendo feitos para o enfrentamento ao desaparecimento no DF. “O MPDFT vem atuando lado a lado com a Secretaria de Segurança Pública desde 2023. Esse esforço conjunto trouxe resultados positivos, como a criação da Política Distrital de Atenção Humanizada ao Desaparecimento de Pessoas e do Sinal de Busca Imediata de desaparecidos”, afirma.

Reforço nas ações 6os5c

A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP/DF) deu início à segunda fase da Mobilização Nacional de Identificação de Pessoas Desaparecidas, lançada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. Nesta etapa, profissionais da saúde e da assistência social estão sendo capacitados para identificar e acolher pessoas sem documentação que chegam a hospitais e centros de acolhimento. 

As ações são realizadas em parceria com as secretarias de Saúde (SES-DF), de Desenvolvimento Social (Sedes-DF) e o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (IgesDF). O processo começa com a coleta de impressões digitais e fotografias. Se a identidade não for confirmada, a Polícia Civil (PCDF) realiza a coleta de material genético (DNA). Essa coleta também segue em andamento com familiares de desaparecidos.

Além disso, a SSP/DF implementou o Protocolo Integrado de Busca Imediata de Desaparecidos, que reúne medidas como o cadastro distrital de desaparecidos, atendimentos psicológicos e jurídicos às famílias e o uso dos sistemas de Alerta Amber e Cell Broadcasting. Com o protocolo, um sinal de busca é emitido para 31 órgãos do GDF assim que o boletim de ocorrência é registrado, potencializando as chances de localização nos momentos mais críticos — especialmente nas primeiras 24 horas após o desaparecimento.

 

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