
Em um dia de muita música, apresentações e exposições culturais, a Praça dos Três Poderes foi palco da celebração do Dia Mundial da Diversidade Cultural, nesta quarta-feira (21/5). Aberta ao público de forma gratuita, a programação incluiu oficinas e rodas de bate-papo com espaço para debates sobre diversidade cultural e economia criativa. À noite, os artistas Maria Gadú, Ana Castela, Diogo Nogueira, Bell Marques e Frejat animaram o público com shows que simbolizaram a pluralidade de estilos e tradições.
A iniciativa foi da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF) em parceria com o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Instituto Integra Mais Um. De acordo com Roney Arnout, presidente do instituto e coordenador-geral do evento, a programação foi pensada para celebrar a data por meio "do diálogo intercultural e com o objetivo de promover a democracia como fator de fortalecimento e reconhecimento da diversidade". Segundo ele, manifestações artísticas, tradições e saberes que compõem o patrimônio cultural são o principal pilar para o fortalecimento da democracia.
Natural de Salvador e atualmente morando na capital federal, o baiano Roney contou que, além do público geral, o evento também recebeu alunos da rede pública de ensino. Ao longo do dia, o evento também ofereceu palestras sobre cultura e economia criativa, além de atividades artísticas. "Temos pintura de grafite ao vivo para que as crianças possam participar, batalha de rima e, no galpão da diversidade, diversos artistas de Brasília se apresentando — de catira e moda de viola ao rap e ao hip-hop", detalhou.
A professora de geografia Nadine Malaquias participou do evento acompanhando seus alunos do Centro Educacional Pompílio Marques de Souza, de Planaltina, e destacou como a ação é fundamental não apenas para os estudantes, mas para toda a cidade. "Eu acho que vem para engrandecer. No caso da escola, especificamente, contribui muito com o que a gente fala em sala de aula", avaliou. Nadine também acredita que a experiência terá um impacto positivo nos alunos. "Acredito que eles vão sair com muito mais conhecimento do que chegaram, conhecendo mais sobre arte, cultura e tudo que a gente trabalha em sala", completou.
Adenilce Maria Araújo Silva, moradora do Guará, ou pelo evento para ver a apresentação do tradicional Boi do Seu Teodoro. "É um ícone. Onde quer que ele esteja, ele engrandece o espaço, se mostra, toma conta", destacou.
Além das apresentações, as embaixadas dos países Haiti, Líbano, Índia, Turquia, Zimbábue, Angola, Rússia e Nepal tiveram stands dedicados a disseminação das culturas locais e a venda de produtos típicos de cada nação. A turca Merve Akbas mora em Brasília há seis anos para acompanhar o marido que trabalha na embaixada do país. Além de elogiar o evento, ela destacou a importância da presença de estrangeiros para falar de cada nação. "Só senti falta de mais pessoas dos outros países para serem melhor representados", explicou.
Maria José, de 71 anos, é gerente do programa Mala do Livro, iniciativa que estava presente no evento e que visa o incentivo à leitura. Professora da Secretaria de Educação, atualmente cedida para a Cultura, a professora acompanha o projeto de perto que hoje está presente em todas as regiões istrativas do Distrito Federal. "A diversidade cultural é muito importante e ter um evento que celebra isso é emocionante", afirmou. Além de apresentar o projeto para o público, ela também aproveitou as outras atividades e afirmou que vai ficar até o final para acompanhar os shows.
Fãs de carteirinha
Animadas para a apresentação da cantora Ana Castela, Maria Eduarda Silva, 12, e Alzanira da Silva Lima, 49, chegaram cedo ao evento para garantir um bom lugar. Moradoras de Novo Gama (GO), mãe e filha vieram exclusivamente para assistir à apresentação. "Sou apaixonada por ela", disse Maria Eduarda, que acompanha a carreira da cantora desde o início. Alzanira destacou a importância desses momentos ao lado da filha. "Vale a pena. A gente faz de tudo para chegar mais cedo onde gosta. Ela gosta e eu faço tudo por ela", afirmou.
Para elas, os eventos gratuitos em Brasília são fundamentais. Além de assistir a Ana Castela, elas planejam acompanhar todas as atrações do dia. "Quero muito ver o Diogo Nogueira também", lembrou Alzanira. Maria Eduarda, empolgada, trouxe um quadro que ela mesma desenhou para presentear a cantora. "Esse quadro tem mais de um ano. Eu disse que, quando a visse, ia mostrar para ela", contou.
Evelyn Barbosa Araguaia, 19, e Giovana Lima, 13, também chegaram cedo para garantir um lugar na grade dos shows. "A nossa intenção sempre em todos os shows é estar na grade, ver principalmente a Ana Castela de perto", contou Evelyn. As amigas estavam com altas expectativas para as apresentações da noite e elogiaram o o gratuito ao evento. "É maravilhoso, e um peso a menos no bolso. Não precisamos pagar ingresso para ver shows de qualidade e com estrutura, além de todo o evento estar lindo", afirmou.