Feminicida de Ceilândia demonstrou frieza durante interrogatório

O Distrito Federal amanheceu sob o impacto de mais uma tragédia familiar. Liliane Cristina Silva de Carvalho, de 33 anos, foi morta a facadas pelo ex-companheiro Rafael Moreira da Cruz, 34, na manhã desta segunda-feira (19/5), em Ceilândia. O autor do crime foi até a 23ª Delegacia de Polícia (Ceilândia) e, nervoso, rondou o balcão, até que confessou o crime aos agentes: “Fiz uma merda. Acabei de matar minha esposa”. O relato é do delegado Josué Magalhães, responsável pela investigação. 

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O crime aconteceu diante dos três filhos do casal, de 9, 11 e 13 anos, dentro da casa da vítima, enquanto ela tomava café. Segundo Magalhães, o autor alegou que cometeu o crime por ciúmes, após descobrir que a ex-companheira se relacionava com outra pessoa. “Ao meu ver, ele saiu de casa decidido a matá-la”, afirmou o delegado.

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A arma usada, uma faca de aproximadamente 20 centímetros, foi encontrada num bueiro próximo à casa da vítima e apreendida. Cruz foi autuado por feminicídio e será encaminhado para audiência de custódia. Ele já tinha um registro anterior pela Lei Maria da Penha, em 2013, também relacionado à vítima, que o acusou por injúria e ameaça.

Sem arrependimento

Durante o interrogatório, Cruz demonstrou frieza e nenhum arrependimento: “Ele deu detalhes do crime como se estivesse descrevendo algo cotidiano. Não aparentava estar sob efeito de álcool ou drogas e nem demonstrava remorso”, contou o delegado.

Além de Liliane, o filho de 11 anos também se machucou ao tentar defender a mãe. Ele sofreu um corte na testa, foi socorrido, encaminhado ao Hospital Regional de Ceilândia (HRC) e não corre risco de morte.

As três crianças estão sob os cuidados de familiares e sendo acompanhadas pela equipe de investigação. Por ora, não há previsão para que prestem depoimento formal.