DIA DAS MÃES

O amor de mãe revelado em retratos e relatos de moradores do DF

Em cada canto do Distrito Federal, elas são lembradas pelos filhos por aquilo que mais gostam de fazer e de viver

A mãe de Aline Guedes se divide entre o Pará e Distrito Federal e ela ama ter a mãe por perto  -  (crédito: Bruna Gaston/CB/D.A Press)
A mãe de Aline Guedes se divide entre o Pará e Distrito Federal e ela ama ter a mãe por perto - (crédito: Bruna Gaston/CB/D.A Press)

Por Nathália Queiroz

No Dia das Mães, Brasília se enche de histórias e memórias que pulsam o amor que apenas uma mãe sabe proporcionar. Este 11 de maio é uma data em que se celebra alguém que tem um nome, um rosto familiar e um perfume que não se confunde. Do Riacho Fundo II ao Cruzeiro, de Valparaíso de Goiás ao Paranoá, filhos e filhas compartilharam com o Correio detalhes que revelam o cuidado materno em gestos sutis e momentos especiais. O endereço muda, mas o amor é o mesmo. São histórias individuais, mas que se cruzam no carinho que cada mãe proporciona, à sua maneira. 

 

  • Bruno se emociona ao contar que compartilha o amor por línguas estrangeiras com a mãe, que estuda latim e alemão
    Bruno se emociona ao contar que compartilha o amor por línguas estrangeiras com a mãe, que estuda latim e alemão Bruna Gaston/CB/D.A Press
  • Robson Nogueira, 3, conta que é chamado de
    Robson Nogueira, 3, conta que é chamado de "neném" pela mãe até hoje Bruna Gaston/CB/D.A Press
  • A mãe de Aline Guedes se divide entre o Pará e Distrito Federal e ela ama ter a mãe por perto
    A mãe de Aline Guedes se divide entre o Pará e Distrito Federal e ela ama ter a mãe por perto Bruna Gaston/CB/D.A Press
  • Marina e a mãe amam ar o pôr do sol juntas no Parque da Cidade
    Marina e a mãe amam ar o pôr do sol juntas no Parque da Cidade Bruna Gaston/CB/D.A Press
  • Morango Araújo se inspira da vaidade e no senso estético da mãe até hoje
    Morango Araújo se inspira da vaidade e no senso estético da mãe até hoje Bruna Gaston/CB/D.A Press
  • Tatiana conta que o carinho da mãe era demonstrado através da preocupação diária
    Tatiana conta que o carinho da mãe era demonstrado através da preocupação diária Bruna Gaston/CB/D.A Press
  • Thamiris dá risadas ao contar que a comida favorita da mãe é um torresmo com uma coca-cola gelada
    Thamiris dá risadas ao contar que a comida favorita da mãe é um torresmo com uma coca-cola gelada Bruna Gaston/CB/D.A Press

No Riacho Fundo II, Bruno Moraes, 19, estudante de línguas, mora com a mãe, Luciana Sousa, 46. Mestra em letras, Luciana estuda latim e alemão e tem o hábito de fazer pão artesanal, do zero, toda sexta-feira. Para ele, o cheiro do pão feito pela mãe é algo que faz todo o estresse da semana desaparecer. É um momento deles, “quase espiritual”, conta Bruno.

No Paranoá, Aline Guedes, 26 anos, conta que a mãe, Maria do Socorro, 56, transita entre o DF e o Pará, mas se sente "mais brasiliense" do que a filha. Em uma palavra, Aline define a mãe como "engenhosa". "Ela é uma artista, faz crochê, colagens, itens de decoração e costura." Quase como uma linguagem do amor, Aline conta que a mãe elabora os itens para dar de presente para familiares e amigos. "Guardo com carinho as bonequinhas de crochê feitas por ela", revela.

Thamiris Rocha, 21, é de Valparaíso de Goiás e apaixonada pelo tempero da mãe, Tatiana Rocha, 49. Ela ama fazer comida, especialmente um torresminho preparado em casa, do jeitinho que a família gosta. Ela conta que o atempo da mãe é fazer compras. "Ela gosta de comprar roupas, quanto mais estampas, mais ela ama." Tatiana é avó dedicada de Heitor, 5 anos. Ter uma avó assim, para Thamiris, é um "presente de Deus".

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Tatiana também tem a felicidade de desejar um feliz Dia das Mães para a dela, Maria de Jesus, de Santa Maria. Aos 70 anos, Maria de Jesus mostra a força de quem trabalhou como gari e criou seis filhos. "Minha mãe é muito guerreira, batalhadora. No tempo livre, gostava de fazer seu crochê." Embora um AVC recente a tenha deixado menos ativa, a saudade do seu "jeitinho" e do carinho que demonstrava permanece viva.

No Cruzeiro Velho, a relação de Maria Clara Matos, 18, e sua mãe, Valéria, 42, é de parceria e cumplicidade. Elas compartilham rituais simples e cheios de astral, como tomar sol e ver o pôr do sol no Parque da Cidade. "O hobbie da minha mãe é beber uma cerveja gelada e ver séries de suspense", conta Maria Clara. Ela revela que sua memória favorita com a mãe foi aos 15, quando fizeram uma viagem especial à Bahia.

Se para algumas mães o programa perfeito inclui o sol do Parque da Cidade, para outras, a inspiração está nas araras de roupas. Na Asa Norte, Morango Araújo, 23, reconhece com carinho o quanto herdou da vaidade e do bom gosto da mãe, Florência, 50. "Muitas das minhas inspirações estéticas vieram dela. Roupas, maquiagem e muito da vaidade", conta.

Robson Nogueira, 37, fala da mãe, Marina, 60, nascida em Uruaçu (GO). Ele a descreve como alguém que gosta de plantar, cozinhar, cuidar de tudo e de todo mundo. "Não importa minha idade, ela me chama de neném até hoje. É mãe coruja com força", pontua o morador do Riacho Fundo II. Robson teve dois filhos e conta que, enquanto mãe e avó, ela faz questão de estar sempre por perto. "Ela cuida da gente, mesmo depois de tanto tempo."

Com estilos e personalidades únicas, as mães de Brasília transformam rotinas em lembranças e gestos simples em marcos afetivos para a vida. Cada mãe ama do seu jeito e cada filho carrega no peito um pedaço desse amor – moldado pelo cheiro do pão, pelas tardes no Parque da Cidade ou pela preocupação que apenas uma mãe sente. Neste domingo, o Distrito Federal celebra não apenas uma data, mas todas as formas de amar que cabem entre um “se cuida” e um “leva o casaco”.


 

postado em 11/05/2025 06:08
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