Estudos recentes indicam que adultos na casa dos 30 anos já mostram sinais de alterações nos joelhos, mesmo sem dor ou sintomas claros. Uma pesquisa da Universidade de Oulu descobriu danos articulares iniciais em mais da metade das pessoas de 33 anos analisadas. O índice de massa corporal (IMC) elevado foi identificado como o principal fator associado a essas alterações, destacando a importância do controle do peso para evitar o desgaste precoce das articulações.
Os achados fazem parte do estudo Northern Finland Birth Cohort 1986 (NFBC1986), que monitora a saúde de milhares de pessoas ao longo do tempo. Nesta etapa, 297 participantes foram submetidos a ressonâncias magnéticas (MRI) dos joelhos, com idade média de 33,7 anos.
Quais são os principais resultados do estudo?
Alterações na cartilagem, principalmente entre a patela e o fêmur, foram comuns, detectadas em mais da metade dos casos. Defeitos entre a tíbia e o fêmur foram encontrados em cerca de 25% dos participantes. Osteófitos, ou pequenos esporões ósseos, também estavam presentes em mais de metade do grupo, em geral de tamanho reduzido.
Como o IMC influencia as alterações articulares?
O índice de massa corporal se destacou como o fator mais associado às alterações detectadas na ressonância magnética. Conforme Joona Tapio, médico e pesquisador, “o peso é decisivo para mudanças nas articulações do joelho, enquanto a altura teve impacto muito menor comparado ao IMC”. Isto ressalta a relevância do peso corporal no cuidado com a saúde articular.

Qual é a importância da ressonância magnética?
Antti Kemppainen, radiologista, explica que a ressonância magnética está se tornando mais comum no diagnóstico de problemas no joelho. As imagens modernas conseguem detectar até pequenas alterações associadas à osteoartrite. Interpretar esses achados exige considerar o contexto clínico completo e seguir recomendações adequadas de imagem.
Quais são as implicações para o futuro da saúde articular?
Apesar de muitos participantes não apresentarem sintomas, as alterações estruturais sugerem que os danos articulares podem se manifestar antes dos sinais visíveis de doença. Os pesquisadores apontam a necessidade de estudos de longo prazo para identificar fatores que influenciam a progressão dessas condições. Compreender esses aspectos pode levar a estratégias de prevenção e tratamentos mais eficazes para problemas nas articulações.