
O Censo 2022 revelou um cenário em transformação da fé no Brasil. Os evangélicos, que já somam 26,9% da população, continuam em crescimento, embora em ritmo mais lento do que na década anterior. Enquanto isso, religiões de matriz africana, como a Umbanda e o Candomblé, triplicaram sua presença no país nos últimos 12 anos.
Entre 2010 e 2022, o percentual de evangélicos aumentou 5,2 pontos, frente aos 6,5 pontos registrados entre 2000 e 2010. A expansão é mais forte nas regiões Norte (36,8%) e Centro-Oeste (31,4%). Em 244 municípios, os evangélicos já são o grupo religioso predominante, com destaque para cidades do Sul e Sudeste com herança germânica e pomerana.
Um dado que chama atenção é o crescimento das religiões afro-brasileiras, que aram de 0,3% para 1% da população. A maior concentração de adeptos de Umbanda e Candomblé está nas regiões Sul (1,6%) e Sudeste (1,4%). O avanço ocorre mesmo com o preconceito histórico enfrentado por essas tradições religiosas no país.
Além disso, aumentou a parcela de pessoas que se dizem sem religião. De acordo com o IBGE, 9,4% dos brasileiros não seguem nenhuma doutrina religiosa formal. Os sem religião são maioria em municípios como Pedro Osório (RS) e Atalaia do Norte (AM), e tendem a ser homens e pessoas pardas.
O retrato religioso do país também destaca o espiritismo, que recuou de 2,2% para 1,8% da população, mantendo-se mais forte no Sudeste. A diversidade étnica se reflete nas tradições indígenas, cujos seguidores aram a representar 0,1% da população. O IBGE ainda não detalhou subdivisões dentro das principais correntes religiosas, como fez no Censo de 2010, mas pode fazê-lo em futuras divulgações.
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